Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

Eagles versus Editores

Em 1977, uma rusga entre a banda e a Rolling Stone foi resolvida com uma partida de softbol disputada diante de uma plateia cheia de astros

Andy Greene Publicado em 22/06/2017, às 12h49 - Atualizado em 11/08/2017, às 19h31

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Glenn Frey (à esquerda) e Don Henley, do Eagles - John Shearer/AP
Glenn Frey (à esquerda) e Don Henley, do Eagles - John Shearer/AP

Tudo começou com uma única frase na Rolling Stone de 8 de setembro de 1977. Escondido em um texto sobre o novo álbum solo do guitarrista, tecladista e vocalista Joe Walsh, havia o seguinte trecho, escrito por Charles M. Young: “O restante do Eagles, em suas primeiras férias em três anos, parece mais interessado em encontrar um time de softbol que possa derrotar – depois de perder, nas últimas semanas, para equipes formadas por Andrew Gold, Jimmy Buffett, funcionários de diversas estações de rádio de São Francisco e sua própria equipe de turnê”.

O vocalista e guitarrista Glenn Frey deu uma resposta na revista: “O que você não mencionou é que o Eagles venceu duas de três partidas contra Jimmy Bu¬ffett”, escreveu. “Toda vez que vocês, que trabalham sentados e com a caneta na mão, quiserem calçar as chuteiras, serão arrasados também.” O desafio foi aceito imediatamente.

Ao longo dos anos, os Eagles tiveram uma relação positiva, na maior parte do tempo, com a revista, mas a banda frequentemente se via em um lado desfavorável, às vezes na própria Rolling Stone (“Os Eagles não demonstram uma graça atlética – quando muito, perambulam”, dizia uma resenha de um show de 1977). O jogo de softbol era uma chance de igualar o placar.

A partida seria disputada em maio de 1978 no Dedeaux Field, no campus da University of Southern California, com o time perdedor doando US$ 5 mil à Unicef. O editor e Publisher da Rolling Stone, Jann S. Wenner, mandou seu time – formado por redatores e editores como Young, Cameron Crowe e Ben Fong-Torres e batizado de Gonzos – de avião, saindo de Nova York. Quando eles apareceram em campo, viram que o Eagles tinha lotado as arquibancadas com fãs empolgados e amigos como Chevy Chase, Joni Mitchell e o governador da Califórnia, Jerry Brown. “Senti que estava entrando no Coliseu romano e prestes a ser devorado pelos leões”, contou Young, que morreu em 2014.

A tensão começou antes mesmo do jogo, porque o Eagles tinha chegado usando chuteiras com travas de metal. “Alguém pode se machucar”, Wenner gritou para o empresário da banda, Irving Azo¬ . “Que emocionante”, zombou Azo¬ . “Seus redatores já pensaram nisso?”

O jogo não foi exatamente nivelado. Os Gonzos conseguiram fazer o arremessador Don Henley correr oito vezes, mas os mais experientes Eagles tiveram uma vitória fácil, por 15 a 8. “No final, foram os erros que custaram a partida à RS”, Henley e Frey escreveram na revista algumas semanas depois. “O primeiro deles foi chamar os Eagles de fracotes naquele texto.”

Depois, os times fizeram as pazes no restaurante Dan Tana’s. Young escreveu o perfil definitivo sobre o Eagles no ano seguinte. “Apesar das possíveis diferenças em opiniões musicais que eu e Chuck Young tenhamos”, lembrou Frey, que morreu em 2016, “quando o jogo acabou, ele disse: ‘Ei, vocês não são fracotes’”.