Ed Motta volta ao pop e quer ser ouvido – mesmo que o público não tenha de pagar
O mais recente cd de Ed Motta, Piquenique, leva o artista de volta a sua encarnação mais radiofônica e dançante, longe dos arroubos instrumentais influenciados pelo jazz. "Na Europa, preferem discos como o Dwitza e Aystelum. Aqui, falam que só acerto quando gravo algo mais pop", diz o músico. "Às vezes acho que o gosto popular aqui parece o de uma Miami gigantesca. Eu gosto das duas coisas, escrevo muito, às vezes guardo material para quando a ocasião pede. Mas não deixo de achar curioso que os ingleses gostem mais das coisas que os brasileiros rejeitam." O novo trabalho foi ganhando força na base do boca a boca, mas encontrou um obstáculo: gente que não conseguia encontrar o disco para comprar. A solução veio por meio do próprio artista, que postou no Twitter indicações de onde o CD poderia ser baixado de graça. "Supostamente esse disco deveria estar nas lojas. Ouvi dizer que alguns lojistas não estavam interessados", explica. "Sinceramente, não acho que seja isso."