Projeto Sêla promove aliança entre mulheres da indústria musical
Em outubro de 2016, Camila Garófalo convidou outras cinco cantoras e compositoras independentes (Luiza Lian, Nina Oliveira, Laya, Tika e Lara, do Lara e os Ultraleves) para se juntarem a ela no clipe de “Camarim”. Com a parceria, Camila percebeu que havia uma “demanda a ser suprida”. Idealizou, então, o projeto Sêla, uma “aliança entre nós, mulheres da música que ajudam umas às outras, estão dispostas a dar dicas, trocar contatos, compartilhar experiências”, como ela mesma define.
Uma equipe com outras cinco mulheres colabora na organização do movimento: Laíza Negrão, Fernanda Martinez, Marina Coelho e as jornalistas Flora Miguel e Fernanda Malaco, além da colaboradora Cris Rangel. A primeira ação, o Festival Sêla, aconteceu no começo de fevereiro, em São Paulo. Com o objetivo de celebrar o trabalho da mulher no palco, as principais atrações foram As Bahias e a Cozinha Mineira, Tiê e Tássia Reis. Ao total, 30 mulheres se reuniram para organizar e executar o evento.
Outras ações do tipo – de mulheres, com mulheres e para mulheres – estão no futuro próximo do Sêla: “Não temos nada fixo ainda, mas a gente tem muita vontade de fazer um Sêla Bastidores, para contar também como que é a participação da mulher no mercado por trás das câmeras. Viemos com a filosofia de que lugar de mulher é no palco, e agora queremos vir com a ideia de que lugar de mulher é no palco e também nos bastidores.” Outra ambição é a de virar um selo “assim que tivermos a estrutura necessária para fazer o melhor trabalho”, conta Camila. “O nosso inimigo é um só, o machismo”, ela conclui. “A partir do momento em que se toma o lugar não só de dona de si mas de dona de projetos, ideias e ideologias, consegue-se ir mais longe.”