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Em estado de graça

Há 50 anos, o timbre singular da intérprete vem imortalizando canções de diferentes gêneros

Mauro Ferreira Publicado em 02/02/2017, às 11h24 - Atualizado em 17/02/2017, às 23h25

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<b>A dona da voz</b><br>
Gal em foto recente: sempre renovada - André Schiliro/Divulgação
<b>A dona da voz</b><br> Gal em foto recente: sempre renovada - André Schiliro/Divulgação

A voz de Gal Costa há meio século vem iluminando os caminhos da música brasileira. Na certidão de nascimento, o nome dela é Maria da Graça Costa Penna Burgos. Mas basta dizer “Gal” para o Brasil identificar a cantora baiana de voz cristalina cuja discografia é uma das mais emblemáticas da MPB. Gal já foi fatal, tropical e plural. Para os fãs, no entanto, é sempre única, mesmo que a obra fonográfica tenha atravessado uma fase de menor vigor criativo ao longo dos anos 2000 até recuperar o fôlego em 2011, com o álbum Recanto.

Desde o primeiro compacto simples, gravado em 1965, até Estratosférica, considerado um dos melhores discos de 2015, Gal Costa trafegou pelas

mudanças estéticas da música brasileira. Por todas estas décadas, a discografia da cantora teve como fio condutor o vocal laminado de timbre singular. Uma voz precisa que, como poetizou Caetano Veloso em versos da canção “Minha Voz, Minha Vida” (1982), tem sido tanto a bússola quanto a desorientação

da cantora. Nesta discografia selecionada, apresentamos a espinha dorsal da obra de Gal Costa.