A ressurreição discográfica de Erasmo Carlos começou em 2009, com o álbum Rock ‘n’ Roll. Dois anos depois, veio Sexo, e no mês que vem o Tremendão lança Gigante Gentil. O próprio Erasmo reconhece que o novo trabalho fecha a trilogia, mas brinca com quem pensa que o título poderia ser Drogas. “Ah, drogas? Isso ficou nos anos 60, né? Não dá mais”, ele diz, gargalhando.
A escolha do título na verdade veio de como o próprio Erasmo costuma ser chamado. “Esse é um apelido que eu tenho há muito tempo, mas ele só é conhecido entre os meus amigos”, ele conta. “É por causa desse meu jeitão. Quem deu foi a [cantora] Lucinha Turnball, amiga de muito tempo.” Para a faixa-título, o Facebook também serviu de inspiração. “A música fala dessa coisa de as pessoas ficarem falando umas das outras na internet, colocando apelido e tudo mais. Já me chamaram até de zumbi. Mas tá valendo.”
Brincadeiras à parte, Erasmo reconhece que o álbum levou muito tempo para ser concluído, mas afirma que gostou do resultado. O cantor ficou satisfeito especialmente com a produção de Kassin. “Ele é ainda mais sossegado do que eu”, conta. “O som do álbum é mais tranquilo, mais linear. Tem menos guitarra, mas compensamos com mais textura.” Outra presença importante é a de Marcelo Jeneci, que participa de várias faixas. Acima de tudo, o disco é uma reunião de camaradas: também estão nele os guitarristas Luiz Carlini e Rick Ferreira e o gaitista Flavio Guimarães. “Todos eles são grandes parceiros meus, e alguns deles nunca tocaram juntos”, diz Erasmo.
Em Gigante Gentil destacam-se canções como “Colapso”, “50 Tons de Cor” (parceria com Arnaldo Antunes) e “Sentimentos Complicados” (composta com Caetano Veloso – a primeira vez que os dois escreveram algo juntos). Sempre na estrada, Erasmo lança o disco em maio com apresentações já marcadas no Rio de Janeiro e em São Paulo. “Eu não passo de um operário”, ele define.