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Fantasia Adolescente

Novo fenômeno teen, Justin Bieber atropela os grandes astros da Disney

Por Andy Greene Publicado em 14/04/2010, às 12h24

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Justin Bieber causou"batalha" entre Justin Timberlake e Usher - Leann Mueller
Justin Bieber causou"batalha" entre Justin Timberlake e Usher - Leann Mueller

"Está vendo isto?", pergunta um empolgado Justin Bieber, virando a cabeça e mostrando uma leve marca de batom vermelho na bochecha. "Dá para ver? É da Rihanna", conta. Na noite anterior, Bieber, 16 anos, foi a uma festa cheia de estrelas da indústria da música em Nova York, onde conheceu Bono e conseguiu um beijo suave da sereia barbadiana do pop. "Tomei um banho e ainda está aqui."

Bem-vindo à fantasia adolescente de Justin Bieber. Há pouco tempo, o jovem galã de cabelo esvoaçante estava sentado no sofá de sua casa em Stratford, Ontário, cantando baladas de R&B por diversão. Agora, ameaça a posição dos Jonas Brothers na preferência das adolescentes com seu EP de estreia, My World (400 mil cópias vendidas nos Estados Unidos até agora), e uma legião de seguidores no YouTube (100 milhões de visualizações) que redefine a idolatria hormonal. No Brasil, o disco acabou de sair - mas ele já aparece em capas de revistas para teens. Em novembro, a apresentação de Bieber em um shopping center de Long Island resultou em tumulto antes mesmo de o cantor chegar. "Eles ameaçaram prender a mim e a minha mãe se fôssemos", conta Bieber, viajando no banco de trás de um utilitário preto de Nova York para um show na Filadélfia.

Bieber pode parecer o mais recente produto tween (pré-adolescente), mas o incomum sobre sua rápida ascensão é que ele conseguiu isso sem o tipo de plataforma sinérgica da TV que a Disney usou para Miley Cyrus e os Jonas. "Toda semana recebo centenas de e-mails dizendo 'Por favor, não vá para a Disney'", diz Scott "Scooter" Braun, agente de Bieber. "A garotada fez o Justin. Montou páginas de fãs, espalhou as mensagens no Twitter, fez vídeos. Sou um bom marqueteiro, mas não tão bom quanto essa molecada."

Agora, Bieber deveria estar na 10ª série [equivalente à última do ensino fundamental no Brasil] em Ontário, onde era astro de hóquei e futebol infantis. Os pais dele se separaram quando ele só tinha 10 meses - seu pai, Jeremy, trabalha em construção em Winnipeg, Manitoba, e tem bastante contato com o filho. Bieber e sua mãe, Pattie Mallette, de 34 anos, dividiam um apartamento simples.

Bieber aprendeu a cantar ouvindo os discos do Boyz II Men da mãe. Quando tinha 12 anos, começou a fazer upload no YouTube de vídeos de si mesmo cantando músicas como "So Sick", de Ne-Yo. "Cada vez que colocava um, atraía mais visualizações, e comecei a receber ligações de pessoas da indústria da música", conta. As ligações mais persistentes vinham de Braun, um bem relacionado jovem de 28 anos que ajudou a lançar a carreira do rapper Asher Roth, de "I Love College". Braun provocou o interesse de uma dupla de amigos superastros: Usher e Justin Timberlake, que levou Bieber para Memphis para uma audição. "Entramos e quem me cumprimentou na porta foi nada menos do que a Jessica Biel", lembra Bieber. "E ela falou 'Olá, fofo'. Tá, ela não disse isso de verdade - mas foi o que imaginei!"

Mas foi Usher - que havia conhecido Bieber em Atlanta quando Braun estava tentando convencê-lo - quem venceu. "Ele tinha todas as nuances de um artista clássico", afirma Usher. "Muito bonitinho, para todas as meninas - isso é necessário. Tinha pose e, o mais importante, talento." Bieber assinou contrato com a Island Def Jam. Trabalhando com Usher e produtores como Tricky Stewart (de "Single Ladies [Put a Ring on It]", de Beyoncé), gravou My World, um punhado de músicas R&B ensolaradas e prontas para as rádios, com letras desavergonhadamente inocentes. Em uma faixa, "Bigger," canta: "Now the bullies in the schoolyard/Can't take our hugs and our kisses from us" [Agora os valentões no pátio da escola/Não podem acabar com nossos abraçose beijos]. No Natal, ele se apresentou na Casa Branca. "Acho que as filhas do Obama gostam de mim", diz, sem esconder a empolgação.