Fãs Mão na Massa

Os Beatles influenciaram (e continuam influenciando) uma legião de artistas dos mais diversos campos culturais e em qualquer parte do planeta. Isso é um fato incontestável. Mas existem níveis e níveis de influência e há quem vá muito além do simples “se inspirar” no Fab Four e se dedique de corpo e alma à reprodução e releitura das composições do grupo britânico. É o caso da banda brasileira Clube Big Beatles. Formada em 1990, na cidade de Vitória, no Espírito Santo, ela se destaca dos muitos outros covers de Beatles pelo alcance que teve: já se apresentou várias vezes na Inglaterra, inclusive no icônico Cavern Club, onde os ídolos começaram, durante o renomado festival Beatleweek, além de já ter garantido um lugar no Hall of Fame de Liverpool, em 2008.

Mais do que o reconhecimento internacional, o Clube acredita que sai na frente pelo fato de não querer “se parecer” com John Lennon, Paul McCartney, Ringo Starr e George Harrison (até porque o CBB é formado por cinco integrantes). De acordo com Eduardo Henning, fundador do grupo, “tocamos Beatles da nossa maneira, com as nossas influências, com estilo próprio e com muita interferência da música brasileira”. A criatividade dos integrantes não para nas reinterpretações das canções: há dez anos eles apresentam o projeto Sócio de Carteirinha do Clube Big Beatles, que consiste de apresentações em que a banda convida artistas de vários gêneros musicais para compartilhar a performance. O curioso é que quem escolhe o setlist é o próprio convidado, fator que, segundo Henning, permite que cada parceiro traga “sua memória afetiva e suas influências” para as faixas, moldando cada cover ao estilo dele. Na extensa e diversa lista de artistas que já dividiram o palco com o CBB estão Supla, Ivan Lins, Ana Carolina, Lucas Silveira (Fresno), Edgard Scandurra, Badauí e Japinha (CPM 22) e Negra Li. Para a temporada de 2018, estão confirmadas as participações de Andreas Kisser (Sepultura), Fernanda Takai (Pato Fu), Moska e Emmerson Nogueira.