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Skatista e empresário, Alex Poisé celebra o sucesso da grife de streetwear Sumemo

Patrícia Colombo Publicado em 15/01/2014, às 18h39 - Atualizado às 19h51

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<b>AOS POUCOS</b>
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Quando Poisé criou a Sumemo, “não tinha nem R$ 700 para registrar o nome” - Alex Poisé
<b>AOS POUCOS</b> <br> Quando Poisé criou a Sumemo, “não tinha nem R$ 700 para registrar o nome” - Alex Poisé

Tendo sempre passado longe das portas de qualquer faculdade, Alexandre Biondi Miranda, 44 anos, brinca que ainda está se graduando na “escola da vida”. Mais conhecido como Alex Poisé, ele comanda a grife de roupas Sumemo (uma óbvia abreviação de “É isso mesmo”), que desde 2007 vem se posicionando como referência no universo da moda streetwear nacional.

“Queria algo que fosse meu. Na época, eu não tinha nem R$ 700 para registrar o nome”, ele conta. Para divulgar a grife, Poisé distribuiu adesivos aos amigos, famosos (ele chegou a ser roadie do Planet Hemp, por indicação do DJ Zé Gonzáles) e não famosos, e depois, camisetas. O projeto cresceu e novas peças e estampas chegaram. Em 2010, ele levou a Sumemo à Casa de Criadores, que celebra novos estilistas, e caiu nas graças do evento. Ao longo dos anos, as roupas de Poisé passaram a ser comercializadas em vários estabelecimentos pelo Brasil e a primeira loja da Tudo Nosso (outra grife de propriedade dele), em Higienópolis, foi inaugurada em dezembro.

Atualmente, o empresário paulistano colhe os frutos de seu lado empreendedor, mas enfrentou problemas até chegar ao estágio de estabilidade em que se encontra hoje. Poisé morou dez anos em Venice (Los Angeles), influenciado pelo irmão mais velho, que se mudou para lá depois de ganhar um campeonato de skate. Também skatista, ele viveu os tempos áureos do esporte em território norte-americano – o que teve uma dose de sofrimento. Diz que não bebe ou usa drogas há duas décadas, mas relembra que alcançou o fundo do poço nos Estados Unidos. “Usei de tudo. Cheguei no limite e hoje sinto nojo”, conta. “Não sinto mais falta de nada disso, mas fiz muita merda.” Não bastasse o período sombrio, depois de se envolver em uma briga de bar, Poisé acabou condenado a um ano de detenção. Pelo bom comportamento, foi encaminhado à prisão federal e, após dois meses, deportado. “Se você não tem disciplina, não sobrevive lá dentro”, relembra. “Nunca fui preso no Brasil, e nem quero. Mas lá, depois de um tempo, você acaba acostumando. Trabalhei bastante e fiz curso de desenho, tenho até um diploma da cadeia [risos]. Jogava baralho com os outros presos, li a Bíblia inteira.”

Poisé é apaixonado por punk e hardcore, e foi amigo de Chorão (vocalista do Charlie Brown Jr., morto em março de 2013) desde a adolescência. Juntos, cogitavam criar uma banda – mas, quando a ideia surgiu, o skate era prioridade, e o projeto musical acabou nunca nascendo. Até então, ele não imaginava que trabalharia com moda. Ostentando um cavanhaque que, segundo brinca, “atrai quem é mulher de verdade”, Poisé recebe mensagens no iPhone vindas da consultora de moda e amiga Costanza Pascolato e já namorou modelos. Ele não liga para os amigos antigos que zombam do fato de hoje ele fazer parte do universo fashion. “Quero ir mais longe, ver meu negócio crescer”, diz, revelando que tem interesse em levar a marca para o exterior. A pose é de bad boy, mas Poisé é bem-humorado, piadista e firme nas convicções. “Já vivi muita coisa e não me arrependo de nada”, afirma. “Tudo o que aconteceu tinha que acontecer.”