Jack Johnson celebra o novo álbum com show gratuito e benefi cente em Santa Mônica, na Califórnia
Jack Johnson não planejava lançar um álbum este ano - e com boas razões. Seu pai morreu de câncer em agosto último e, no mês passado, Johnson, 35, e sua mulher, Kim, tiveram sua terceira fi lha. "Mas as músicas simplesmente surgiram", ele diz. O sexto álbum de Johnson, To the Sea, é um tributo ao pai, o surfista Jeff Johnson, da amargurada "No Good with Faces" à canção-título (sobre um pai e fi lho indo ao oceano para dizer adeus). "Essa música é uma meditação sobre voltar aonde coloquei meu pai depois de sua morte, à beira da água", diz Johnson. "É a coisa mais próxima que tenho de uma igreja, e é aonde vou para visitá-lo." Até a capa do álbum tem Jeff , fazendo a escultura de uma onda quando tinha 20 anos. "Ele estava em minha mente em cada canção", diz o músico.
Em um palco montado entre uma montanha-russa e um carrossel, Johnson e sua banda celebraram o lançamento do novo álbum com um show gratuito no píer de Santa Mônica, no fim de maio, atraindo uma plateia de 10 mil pessoas. Apesar do frio - que fez com que Johnson sentisse suas duas mãos como "dois blocos de gelo" -, o show teve material novo e antigo, além de "The Joker", da Steve Miller Band.
Foi uma atitude generosa de Johnson, acostumado a usar seu sucesso multiplati- nado para dar apoio às causas pelas quais se importa. "[O escritor] Joseph Campbell fala sobre a ideia de participação com alegria", explica. "É fácil se sentir impotente ao ponto da depressão quando se pensa sobre o estado do mundo, mas você tem de acordar todos os dias e trabalhar nas soluções." Como fez em 2008, Jack Johnson está doando o lucro pessoal proveniente de sua nova turnê - a fase norte-americana começa em Hartford, Connecticut, em 9 de julho - para uma grande gama de entidades, por meio de sua Johnson Ohana Charitable Foundation. A ONG tem foco no meio ambiente, na arte e na educação musical e já doou mais de US$ 750 mil nos últimos dois anos. "É recompensador saber que a música está sendo responsável por coisas palpáveis", conta o músico. "Temos uma reunião por ano e examinamos todas as doações, aí vemos que 60 instrumentos foram comprados para uma escola, e há uma nova praça sendo inaugurada."
Em uma época em que muitos super astros têm problemas para vender ingressos, Johnson é uma exceção. Sua última turnê rendeu US$ 22 milhões. O que empolga o cantor nessa nova sequência de shows é que ele cortou a passagem de som de seu cronograma. Adotando a filosofia de seu pai, de ir surfar de uma vez, sem pensar muito, ele planeja passar cada dia com sua família - talvez visitando algum museu - para então ir direto para a apresentação.
To the Sea, gravado em três semanas, com energia solar, no Havaí e em Los Angeles, tem mais empolgação que Sleep Through Static, de 2008, mas não se distancia da fórmula de trovador praiano. "As pessoas que não gostam da minha música dizem que é ' música de fundo'. Sempre pensei nisso como algo positivo. Gosto de música que você pode colocar durante um churrasco, como Bob Marley", ele ri. "Espero continuar no reino da música de churrasco."