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Fragmentos de uma Engenharia Solo

Humberto Gessinger abandona o nome Engenheiros do Hawaii e prepara estreia solo

Marcelo Ferla Publicado em 15/03/2013, às 15h36 - Atualizado às 15h38

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<b>SEM MEDO</b> Gessinger, agora só, em Porto Alegre - AMANDA COPSTEIN
<b>SEM MEDO</b> Gessinger, agora só, em Porto Alegre - AMANDA COPSTEIN

Álbum sem título definido

Previsto para maio

Humberto gessinger completará 50 anos em 24 de dezembro, mas não quer saber de “revivalismos”, muito menos da volta do Engenheiros do Hawaii. “Esse lance de banda, de gangue, é meio juvenil, de adolescente. Tem sentido quando se tem 17 anos”, diz. Quando lembrado de que Gessinger “é o Engenheiros”, ele admite: “Acho que fica cada vez mais claro. Agora é o lance de assumir isso”.

Com uma proposta solo e fragmentada, o músico registrou as primeiras faixas de seu novo disco em Porto Alegre, no começo do ano, com participação dos músicos Frank Solari, Nico Nicolaiewsky e Luiz Carlos Borges. Em março, saiu em turnê, acompanhado por Rodrigo Tavares, ex-baixista do Fresno, e Rafael Bisogno, baterista da cena regional gaúcha, e que tocou as bases da primeira fase de gravações. A segunda fase tem participação de Bebeto Alves e do próprio Tavares, e de músicos de duas das mais recentes formações do Engenheiros: Adal Fonseca, Lúcio Dorfman e Luciano Granja; Gláucio Ayala, Fernando Aranha e Pedro Augusto.

Com todas as músicas escritas por Gessinger, a ideia do álbum solo foi se formatando com o tempo. “Eu queria participações, então optei pelo disco solo e uma gravação espalhada no tempo. A pegada é entender o que a música está pedindo e gravá-la com quem tem mais a ver.” Sobre os convidados, ícones gaúchos, alguns obscuros para o Brasil, ele brinca: “Não é um ‘Shakira convida Lady Gaga’, é um exercício de ligar os pontos, todos são emblemáticos e têm coisas parecidas comigo. São meio insulares”.

Imediatamente, ele emenda uma autocrítica: “As pessoas não entendem muito bem qual é o meu caminho, mas tem um denominador comum que é a busca meio irresponsável de liberdade. Me senti muito pouco à vontade nos tempos de muita exposição de Engenheiros. Hoje é mais fácil trabalhar comigo, não tenho mais a ansiedade que eu tinha”.

E essa ansiedade atrapalhou mais a ele ou aos outros? “Cara, o problema é que ela nos deu tudo o que conseguimos. Mas as contas comigo eu fechava no fim da noite. Com os outros era mais difícil…” A propósito de contas não encerradas, Humberto Gessinger afirma que “adoraria” rever o guitarrista Augusto Licks, que saiu em litígio do Engenheiros. “Só não gostaria de confundir isso com showbiz”, afirma. “É difícil falar, porque ele se ausentou, e tem a vida dele, mas não posso descer ao nível da conversa de fãs a respeito disso. Só sei que a gente viveu muita coisa junto. Seria muito legal conversar com ele.”