O Queens of the Stone Age tem uma nova meta: não repetir ninguém, nem eles próprios
Em poucas horas, o Queens of the Stone Age estaria no palco do segundo dia do Lollapalooza Brasil, na noite de 30 de março, para o primeiro show da turnê do novo disco ...Like Clockwork, mas o vocalista Josh Homme ainda parecia se divertir com aquela incógnita no ar. Quem seria o baterista que acompanharia a banda na estrada? “É um mistério”, ele brinca, com óculos escuros e um cigarro preso acima da orelha. Questionado sobre Jon Theodore, ex-baterista do The Mars Volta, ele olha de soslaio e diz: “Bom, agora todos sabem”.
Foi em São Paulo que a banda estreou, ao vivo, o single “My God is the Sun”, um poderoso turbilhão sonoro envolto por guitarras velozes e raivosas. Foi a primeira real indicação do novo trabalho, o sexto álbum do Queens. Foram seis anos desde Era Vulgaris e, mais do que isso, ...Like Clockwork tem se revelado surpreendente, com uma improvável participação de Elton John, além das chegadas de Trent Reznor (Nine Inch Nails), Jake Shears (Scissor Sisters) e Alex Turner (Arctic Monkeys).
O trabalho também traz de volta as presenças de Dave Grohl, do baixista Nick Oliveri e do cantor Mark Lanegan, que juntos participaram do aclamado Songs for The Deaf (2002). “Como músicos, só estamos próximos dos nossos amigos quando tocamos juntos”, Homme justifica, diminuindo a importância da reunião. “Se não funcionasse, tudo bem.”
A produção de ...Like Clockwork foi penosa para o grupo. “Normalmente, gravamos em seis semanas”, confessa Homme. Mas, quando o período se expandiu para oito meses, o embate foi pela sonoridade. “As pessoas sabem que o nosso estilo é não ter estilo. Nossa obrigação é não repetir ninguém, nem nós mesmos. Isso pode ser assustador, mas, se você não se sente assustado, não está fazendo [do jeito] certo”, teoriza. Ou seja, nada “funcionou como um relógio”, apesar do título do disco dizer exatamente o contrário.