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PRIMEIRA CAMPEÃ FEMININA DA STREET LEAGUE, A BRASILEIRA LETICIA BUFONI PEITOU A FAMÍLIA PARA SEGUIR NO ESPORTE

ERIC HENDRIKX Publicado em 23/10/2015, às 09h55 - Atualizado às 10h11

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Leticia executa um frontside feeble no pátio da Santa Monica High School - PABLO VAZ/DIVULGAÇÃO
Leticia executa um frontside feeble no pátio da Santa Monica High School - PABLO VAZ/DIVULGAÇÃO

Quando leticia bufoni tinha 14 anos, foi para a califórnia para competir no X Games. Seu pai viajou com ela do Brasil e, embora a garota sonhasse em se estabelecer nos Estados Unidos, ele tinha outras ideias. Leticia ficou na última colocação no campeonato, mas implorou para que o pai a deixasse morar em Los Angeles a fim de perseguir o sonho de se tornar uma skatista profissional. Ele acabou dando a benção. Foi a última vez que ela pediu permissão para fazer qualquer coisa.
Dois anos depois, Leticia conquistou o primeiro lugar – junto ao prêmio de US$ 25 mil – na Maloof Money Cup, e não parou por aí. Desde então, fez as coisas do jeito dela e se tornou uma sensação, ganhando medalhas de ouro no X Games, ficando na terceira posição (a mais alta entre skatistas) na lista da ESPN das Top 50 Mulheres em Esportes de Ação e sendo a campeã da primeira edição da divisão feminina da Street League, no início de outubro. A reputação de Leticia como uma das skatistas mais tecnicamente habilidosas do mundo rendeu a ela o status de personagem no game Tony Hawk’s Pro Skater 5 e fez dela a primeira mulher do esporte a aparecer na capa da The Skateboard Mag.
Sua família sempre apoiou sua carreira no esporte?
Nem pensar. Meu pai é muito tradicional. Eu me vestia como menino e andava de skate com os meninos também. Muitos deles me zoavam e me chamavam de lésbica. Meu pai ficou tão envergonhado que quebrou meu skate. Só que, no dia seguinte, construí outro shape. Foi quando ele percebeu que não conseguiria me impedir de andar.
Que tipo de maluquice você faz quando não está praticando?
Gosto de sentir medo. Amo saltar de paraquedas. É difícil descrever a sensação – é a melhor. Consegui minha licença há um ano e meio. Tenho meu próprio paraquedas e todo o equipamento. Pulo muito com o Bob [Burnquist].
O que te move a sair e andar de skate no meio dos rapazes?
Amo andar de skate. Não deveria ser uma questão de meninos ou meninas – só de se divertir e ser o melhor que puder. Cresci vendo garotos e garotas andando de skate, como Corey Duffel e Elissa Steamer. Amo os dois do mesmo jeito. Definitivamente está melhorando, há muito mais oportunidades para as meninas hoje no skate do que existiam quando comecei. Só que algumas coisas ainda precisam mudar. Não tenho um patrocinador para o shape porque a maioria das grandes empresas de skate não patrocina mulheres. Algumas das grandes marcas com quem fizemos reuniões nos disseram que não querem mulheres em suas equipes de skate.
Quais são seus planos daqui para frente?
Estreei em setembro o programa Leticia Let’s Go, no [canal pago] Off . É sobre meu envolvimento com skate, paraquedismo, surfe, coisas assim. E acabaram de me transformar em personagem no Tony Hawk’s Pro Skater 5. Eu jogava o game e agora estou nele! Tiraram mais de 2 mil fotos minhas. Parece exatamente comigo, com as tatuagens e tudo!