Rolling Stone Brasil
Busca
Facebook Rolling Stone BrasilTwitter Rolling Stone BrasilInstagram Rolling Stone BrasilSpotify Rolling Stone BrasilYoutube Rolling Stone BrasilTiktok Rolling Stone Brasil

George Harrison Chega às Telas em Documentário

Em filme, Martin Scorsese joga uma luz sobre a vida do mais enigmático dos Beatles

Brian Hiatt Publicado em 09/09/2011, às 13h25 - Atualizado em 07/11/2011, às 13h30

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
<b>RARIDADES</b> Scorsese encontrou imagens raras de Harrison  - BILL ZYGMANT/REX FEATURES
<b>RARIDADES</b> Scorsese encontrou imagens raras de Harrison - BILL ZYGMANT/REX FEATURES

Enquanto Paul McCartney, Ringo Starr e George Harrison vasculhavam seus arquivos em busca de material para o documentário Beatles Anthology, no meio dos anos 90, Harrison fez uma promessa à esposa dele, Olivia: “Um dia vou fazer minha própria antologia”. O ex-beatle, falecido em 2001, nunca teve essa chance, mas a esposa certificou-se de que seu desejo se tornasse realidade. Em outubro, a HBO norte-americana estreará o documentário em duas partes George Harrison: Living in the Material World, dirigido por Martin Scorsese – e Olivia compilou um luxuoso livro cheio de fotos inéditas e anotações de diários. “Estou bem espantada com o que Marty fez”, diz ela. “É uma história que captura verdadeiramente a essência de George.”

O centro do filme é a busca espiritual de Harrison, a procura por um sentido na vida, que começou com a revelação ocorrida na era da beatlemania, de que sucesso não vinha acompanhado necessariamente de satisfação. “Ele estava tentando encontrar um caminho para a simplicidade, um modo de viver verdadeiramente e com compaixão”, diz Scorsese. “O percurso nunca foi fácil, mas não é esse o ponto. Acho que ele encontrou uma compreensão: que essa coisa de ‘sucesso’ não existe – há apenas a trilha.”

O documentário tem novas entrevistas com Paul McCartney, Ringo Starr, Yoko Ono, George Martin, Tom Petty, Eric Clapton (que recorda quando viu Harrison compor “Here Comes the Sun”) e muito mais. Mas Scorsese e sua equipe se apoiaram bastante nos arquivos mantidos pelo próprio Harrison: imagens dos Beatles em férias; uma gravação de sua primeira aula de cítara com Ravi Shankar; filmagens caseiras de Harrison brincando em seu estúdio de gravação com o filho Dhani. “Montamos um pequeno escritório de produção em casa”, diz Olivia.

Das noites em claro de Hamburgo às desavenças de Let It Be, a história dos Beatles já foi contada inúmeras vezes, por isso Scorsese teve problemas em sua procura por imagens raras ou inéditas para a primeira parte do filme. “Ele abordou a história dos Beatles da perspectiva de George, o que torna o filme uma experiência mais interna, por meio de uma visão em primeira pessoa”, diz o produtor Nigel Sinclair. O documentário também não se furta de mostrar o lado mais negro de Harrison. “Ele nunca se disse um santo, mas sempre se declarou um pecador”, diz Olivia. “Ele queria viver tudo na vida. E foi isso o que fez.”

A parte pós-Beatles é a que traz mais surpresas, da intimista filmagem dos Traveling Wilburys improvisando ao doloroso relato de Olivia sobre a invasão de sua casa em 1990, por um fã violento e desajustado. O trecho também dedica igual peso às investidas de Harrison fora da música: seu trabalho como produtor de cinema; seu fanatismo por corridas. “George pensou muito sobre como viver sua vida depois dos Beatles”, diz Sinclair. “E o que aprendi com este filme é que ele descobriu um jeio.”