Glórias Revisitadas

Garbage comemora os 20 anos de Version 2.0 sem se prender ao passado

Bruna Veloso

Publicado em 21/06/2018, às 19h25 - Atualizado às 19h26
<b>Nova Versão 2.0</b><br>
Shirley Manson não quer saber de nostalgia, mas não resistiu aos encantos do segundo álbum do Garbage
 - Divulgação
<b>Nova Versão 2.0</b><br> Shirley Manson não quer saber de nostalgia, mas não resistiu aos encantos do segundo álbum do Garbage - Divulgação

Shirley Manson não é uma pessoa nostálgica, mas isso não a impediu de olhar para o passado com carinho durante a concepção da edição de 20 anos do disco Version 2.0, do Garbage. “Nunca quero voltar no tempo, só que esse trabalho nos fez lembrar do extraordinário processo pelo qual passamos naquela época”, relembra a vocalista. “Foi uma espécie de lua de mel para nós, antes de perdermos nossos pais, antes de separações.”

Version 2.0 saiu e m maio de 1998 e foi o segundo disco da banda, integrada ainda por Butch Vig (produtor de Nevermind, do Nirvana), Duke Erikson e Steve Marker. O quarteto passou quase um ano trabalhando no álbum, que carregava a pressão de se equiparar ao sucesso do primeiro LP, Garbage, de 1995. A tarefa foi cumprida com êxito: canções como “Push It”, “I Think I’m Paranoid” e “The Trick Is to Keep Breathing” ainda são presença certa nos shows.

Agora, “Lick the Pavement” foi escolhida como o ponto inicial de divulgação para o relançamento, que chega às lojas neste mês com versões em CD e CD duplo, vinil duplo laranja e box com três vinis, pôster e adesivos. Shirley se lembra bem da composição da faixa. “A gravadora pediu um lado B para ‘Push It’, e ele precisaria estar pronto em 40 horas. Jason Cohen, da Rolling Stone, estava nos acompanhando, e ficamos desconfortáveis. É difícil ter um jornalista presente quando você precisa criar.” Em 2017, Cohen assinou a autobiografia da banda, This Is the Noise That Keeps Me Awake.

A postura magnética no palco e o pulso firme fora dele permanecem, mas Shirley mudou muito nestes 20 anos. Curiosamente, a maior dessas mudanças nasceu de uma perda. “A grande diferença é o fato de minha mãe não estar mais viva [Muriel Manson morreu em 2008]. Ela era minha principal protetora, minha Joana D’Arc. Eu tive que crescer”, conta.

Enquanto a cantora usa o tempo livre para advogar em nome da igualdade de gêneros (“Quanto mais questionarmos o sistema binário e abraçarmos a fluidez de gênero, mais as pessoas se beneficiarão”), o Garbage segue em turnê celebrando Version 2.0, além de já ter começado a trabalhar em um novo disco.