Como pequenas empresas, bandas planejam para faturar em tempos de música grátis
Entre instrumentos, amplificadores, pedais e pratos, uma boa planilha com cálculos de receitas e despesas: tem sido essa a solução encontrada por bandas independentes para viver do próprio trabalho - ou aumentar o fluxo financeiro - em tempos em que a música está a poucos cliques e completamente grátis.
A ausência de remuneração como resultado da venda de música já é realidade há alguns anos para a indústria. No Brasil, dados de mercado informam que para cada CD vendido a remuneração destinada ao artista é de apenas R$ 1. Só que, enquanto as gravadoras quebram a cabeça para encontrar novas maneiras de fazer dinheiro, astros da independência nacional entenderam que não apenas o mercado da música mudou: a economia mundial também é outra. "Mudou a relação do músico [com o seu trabalho]", analisa Fábio Trummer, voz e guitarra da banda pernambucana Eddie. "Ele não pode viver só da banda. Tem de buscar outras soluções." Além dos cachês, o quinteto (dois integrantes moram em São Paulo e o restante em Recife) computa também na receita o dinheiro obtido com direitos autorais arrecadados, graças às trilhas feitas para filmes e programas de TV. Para manter as contas em azul, a banda planeja a agenda com dois meses de antecedência, para conseguir descontos em passagens e calcular as despesas com hotel e alimentação. "Tem de administrar capital de giro, fluxo de caixa. É fundamental funcionar como uma empresa."
Você lê esta matéria na íntegra na edição 27, dezembro/2008