Evandro Santo estava em busca da fama e acabou esbarrando no humor baseado em fatos reais
Dedo indicador em riste, bato o cigarro. A brasa despenca cautelosamente em um cinzeiro com a imagem de Charlie Chaplin, o gênio que imortalizou a máxima: "Continuo sendo apenas um 'palhaço', o que já me coloca em um nível bem mais alto do que o de qualquer político". Olho pela janela que dá vistas ao Circo Zanni - show que celebra a ingenuidade das estripulias mambembes - com sua lona montada no terreno onde existiu o Des Oiseaux, um dos mais tradicionais colégios para meninas da capital paulistana (que teve a ex-prefeita e ex-candidata a reeleição municipal, Marta Suplicy, como uma de suas alunas). A Rua Augusta - point da boemia, da libertinagem e da exploração do corpo e meca das antiguidades e dos artigos de segunda mão - está acordando, com seus passantes de fim de noite e de início de dia. À minha volta, resquícios de música (muitos CDs, vinis e diferentes aparelhos de som) e um pôster do rato de esgoto Níquel Náusea convivem com uma decoração discreta, moderna sem exageros e pincelada por cores. Algumas almofadas felpudas e um antiecológico tapete de zebra (couro verdadeiro, talvez) atraem o olhar.
Você lê esta matéria na íntegra na edição 27, dezembro/2008