Os titãs do rap norteamericano explicam como dominarão a música em 2011
O acontecimento mais aguardado do ano no mundo do rap finalmente chegou: Jay-Z e Kanye West (agora conhecidos como The Throne) lançaram o disco Watch the Throne na loja virtual iTunes, em 8 de agosto. “Foda-se, não há discussão”, declarou West – que deve vir ao Brasil para o SWU, em novembro. “Eu e Jay-Z somos os rappers mais influentes da década. Sabemos fazer músicas capazes de mudar o que todos os outros estão fazendo.”
Watch the Throne surgiu em sessões de gravação ultrassecretas, sempre que as agendas dos dois permitiam o encontro. “Se íamos fazer, tínhamos de fazer juntos, pessoalmente. Não por e-mail”, disse Jay-Z (que acabou cancelando o show no Rock in Rio). A química dos dois nas faixas é absurda, com a dupla trocando rimas sagazes e introspectivas sobre uma parede sonora de sintetizadores, batidas fortes e samples de faixas antigas de soul. Há a presença de poucos convidados especiais, incluindo Beyoncé (em “Lift Off”) e Frank Ocean, do Odd Future (que quase rouba o show em suas aparições). West produziu boa parte do álbum com a ajuda de veteranos como Q-Tip e RZA.
Jay-Z e Kanye têm adotado uma abordagem atipicamente discreta no lançamento de Watch the Throne, evitando aparições na mídia e escolhendo “Otis”, um festival de rimas sem gancho algum, como primeiro single – um presente para os fãs mais dedicados. Outro sinal de que garantir grandes vendas pode não ser a prioridade: nos Estados Unidos, a edição dupla de luxo de Watch the Throne só saiu dez dias depois da virtual. E, na maior aposta de todas, os dois estão dando o álbum de graça para download àqueles que comprarem ingressos para a turnê do fim do ano. “No caso destes caras, é algo bem esperto”, diz Jim Guerinot, empresário do No Doubt, que deu o catálogo da banda aos compradores dos ingressos da turnê de 2009. “Os fãs terão a chance de ir ao show já conhecendo todas as músicas do novo álbum.”