Lenda na Ativa

Paul Weller, ex-The Jam e The Style Council, lança trabalho solo e quer tocar no Brasil

Paulo Cavalcanti

Publicado em 11/09/2015, às 11h48 - Atualizado às 13h30
<i>Inédito<i><br>
Paul Weller lamenta nunca ter vindo ao Brasil.
 - DIVULGAÇÃO
<i>Inédito<i><br> Paul Weller lamenta nunca ter vindo ao Brasil. - DIVULGAÇÃO

Paul Weller é uma das figuras mais reverenciadas do pop britânico. Ex-integrante das seminais bandas das décadas de 1970 e 1980 The Jam e The Style Council, Weller, de 57 anos, foi apelidado de “Modfather” por ter ajudado a reviver, no ?nal da década de 1970, o movimento mod, que sacudiu a Inglaterra nos anos 1960. Ele também é considerado um dos mentores do britpop – hoje, é amigo de Noel Gallagher e costuma ser citado pelo Blur como uma das principais in?uências do grupo. Paralelamente, é dono de uma elogiada e consistente carreira solo, que rendeu, este ano, o disco Saturns Pattern.

Sonik Kicks (2012) era bem mais experimental”, diz. “Ia pela linha do krautrock. Este disco foi fácil e rápido de gravar. Resolvi voltar às minhas raízes de música negra e fazer algo mais tradicional e, de certa forma, voltado ao ritmo. O fato é que não troco soul music, jazz ou qualquer coisa vinda da África por nada.”

Mas quem ouve o trabalho percebe que Weller também andou escutando outras coisas, especialmente em faixas

como “Long Time”, que tem uma sonoridade punk retrô. “Resolvi lembrar as cenas roqueiras de Nova York e Detroit, dando minha interpretação para o que Iggy and The Stooges e Velvet Underground faziam”, conta. Outra canção de destaque é a balada “Going My Way” que, segundo ele, veio de um desejo de “fazer algo com o espírito de Pet Sounds [dos Beach Boys]”. “Juntei vários elementos que percebi que combinavam. É uma canção para minha esposa.”

Weller é cultuado no Brasil, mas nunca se apresentou no país. Isso quase aconteceu em 2008, quando ele estava escalado para o Tim Festival. Porém, na última hora, um entrave burocrático envolvendo o tecladista dele (um brasileiro, ironicamente) o fez cancelar a performance. “Ah, foi mesmo uma pena. Chegamos tão perto”, suspira Weller. “Mas não desistimos. Quem sabe agora, que estamos falando com os jornalistas daí? Os promotores podem ler e se interessar novamente.”

Considerado uma lenda, Weller demonstra um orgulho natural referente às tantas coisas que fez nestes quase 40 anos de carreira. “Eu trabalho duro e gosto muito disso. Sempre me pedem coisas antigas, mas eu não sou nostálgico. Ainda tenho muitas músicas dentro de mim e preciso que sejam ouvidas.”

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