Veteranos esbanjam vitalidade e mostram criatividade no palco
os motivos para a existência desses dois discos ao vivo não poderiam ser mais distintos. Cohen, após cinco anos num mosteiro budista, levou um calote de seu contador e viu suas economias desaparecerem. A solução veio na forma de uma turnê mundial. Morrison fez as pazes com seu álbum mais representativo e decidiu revisitá-lo ao vivo com orquestra e toda a pompa possível. Os resultados atestam a capacidade que ambos ainda possuem de surpreender seus públicos e até aumentá-los. Cohen mostra uma vitalidade impressionante para seus 75 anos. Sua voz cavernosa já apresenta sinais de desgaste, mas nada que comprometa sua performance em clássicos como "Suzanne" e "Ain't No Cure for Love". Cohen comanda o coro de 20 mil pessoas e se esbalda. Morrison nunca havia executado Astral Weeks ao vivo em sua totalidade. O mítico disco de 1968, gravado com músicos de jazz, é um frequentador assíduo de listas de melhores de todos os tempos. Com a ordem das músicas intencionalmente alterada, Van Morrison passeia por um mundo de misticismo e recordações de sua Belfast natal. Com o passar de 40 anos, a experiência ganha ares de autoconhecimento, principalmente quando Morrison canta "The Way Young Lovers Do" e "Cyprus Avenue".