Hard rock na moda
Apesar de beirarem os 20 anos de idade em média, os integrantes do grupo paulistano Lesbians curtem um visual cheio de caras e bocas, no melhor estilo hard rock dos anos 80. Fora de moda? O tecladista Peter Sock's discorda: "Da mesma forma que existem pessoas que gostaram e hoje têm vergonha daquela época, existem muitos fãs que ainda se identificam. Quando é que as calças apertadas e os cabelos compridos deixaram de ser usados? É só ir a qualquer show de hard rock e conferir". E o rótulo de poser não incomoda? "Não ligo. Não tenho a mínima vergonha de andar com laquê no cabelo. Isso não afeta em nada a minha masculinidade. Inclusive sou casado e tenho um filho lindo."
Mas os olhos pintados e os cabelos armados não são o único chamariz do Lesbians. O som, um rock honesto e bem tocado, traz influências óbvias de Guns n' Roses, Mötley Crüe e Aerosmith. Além de Sock's, a formação dos "lésbicos" traz Ricky Olive (baixo), Theo Frizz (vocal), Aranha (bateria), Borruda e Arthur Foster (guitarras). O primeiro disco, Living in Chaos, foi lançado recentemente e é cantado em inglês. O objetivo, eles dizem, é chamar a atenção dos gringos. "O hard rock é mais difundido no exterior, então é mais do que natural fazer isso", lembra Borruda. Quando o assunto é o estranho nome da banda, a resposta é bizarra. "A idéia deve ter aparecido em algum churrasco com muita cerveja. O nome sugere que não gostamos desse estereótipo criado pela sociedade... Sabe aquela coisa do cara ficar chamando cabeludo de 'viado'?", reclama Olive.
Para alcançar o desejo de ser um rockstar, a banda trabalha 24 horas por dia. Ricky avisa: "A vida fora do palco não é muito diferente. Passamos este ano gravando o disco e não sobrou tempo para outra coisa. Toda a banda está empenhada, como um trabalho, para entrarmos no meio artístico. E vamos conseguir". E, se chegarem lá, o vocalista Theo Frizz já faz planos: "Vamos abrir os shows do Aerosmith!".