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Mais histórias de jazz & futebol

Leia trechos da entrevista com Luis Fernando Verissimo que ficaram fora da edição impressa

Marcelo Ferla Publicado em 24/10/2012, às 15h02 - Atualizado às 15h21

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<b>NA DELE</b> Verissimo na sala estar de sua residência, no bairro Petrópolis, em Porto Alegre - Raul Krebs
<b>NA DELE</b> Verissimo na sala estar de sua residência, no bairro Petrópolis, em Porto Alegre - Raul Krebs

Bossa nova

“A bossa foi uma evolução na música brasileira, com repercussão no mundo todo, e influenciou o próprio jazz, com a projeção que teve o Jobim. Sempre digo que bossa é o samba destilado. Ao mesmo tempo que foi influenciado, influenciou o jazz.”

Jerry Mulligan

“Jerry Mulligan tocou com um quarteto em Porto Alegre, no Teatro Leopoldina, faz uns 10 anos. O adido cultural americano fez uma recepção para ele e me convidou. Conversamos bastante, e na outra noite fomos jantar no restaurante Floresta Negra, que era do Seu Fredolino, um alemão típico, que parecia meio brabo, e quase houve um incidente internacional entre ele e a mulher do Jerry Mulligan, uma italiana chamada Bianca, porque a comida estava demorando e ela reclamou. Enquanto isso, eu passei o tempo todo tentando falar sobre música com ele, mas o Mulligan só queria falar sobre o Garcia Marquez, que tinha lido e gostado muito.”

Perfil: um dos últimos autores notáveis do Brasil, Luis Fernando Verissimo ouve muito e fala pouco enquanto aproveita discretamente os prazeres da vida.

O barranco da Montanha

“Eu frequentava muito o Estádio da Montanha, em Porto Alegre. Lá tinha um barranco atrás da arquibancada a gente subia para ver os jogos lá de cima. Era um perigo, mas naquela época eu tinha energia pra tanto.”

Tesourinha e Mr. Barrick

“Meu maior ídolo no futebol foi o ponteiro Tesourinha. Ele jogava muito. Uma vez trouxeram um juiz inglês para apitar aqui, Mr. Barrick, e o Tesourinha fez uma jogada tão bonita que o juiz foi lhe cumprimentar com um aperto de mão. Foi a primeira e última vez que vi alguém fazer isso.”

Futebol na TV

“Tenho ouvido futebol mais pela TV, mas não é a mesma coisa, pelo rádio era mais dramático, o narrador tinha que aumentar o que estava acontecendo. Antigamente o narrador criava um universo.”

O amigo Figueroa

“Não lembro quem me apresentou o Figueroa [zagueiro chileno, ícone do time do Inter, campeão brasileiro de 1975], mas nos tornamos amigos. Ele não era exatamente um intelectual, mas muito simpático e bem informado, e convivemos bastante. As pessoas criaram uma ideia de que nos reuníamos para falar de literatura, de poesia, do Pablo Neruda, mas o assunto era só futebol mesmo.”