Uma década depois de ser assassinado, Sabotage ressurge em disco, filme e livro
A história do rapper Sabotage – assassinado há dez anos, em 24 de janeiro, em São Paulo – será contada em uma biografia oficial, um novo documentário e um álbum de músicas inéditas. Para o livro, ainda sem título e a ser lançado em abril, o escritor Toni C. teve o apoio da família, a quem será destinada metade da arrecadação com as vendas. “Com a pesquisa para o livro, fiquei em choque ao perceber quanta falsa informação é divulgada, desde a data de nascimento até algumas das versões sobre o que motivou a morte dele”, conta o autor.
Um ano antes de morrer, Sabotage foi entrevistado por Ivan Vale Ferreira, diretor de clipes de MV Bill e DJ Hum, e por Tiago Bambine, ambos da 13 Produções, para o documentário Favela no Ar. Essa entrevista foi lançada em 2003, na forma de outro documentário, Sabotage. Mas, no ano seguinte, Ivan voltou a mexer no projeto e começou a entrevistar as pessoas importantes na trajetória do artista para realizar um documentário em longa-metragem, com o título provisório Maestro do Canão (com estreia prevista para este semestre). “Ele passou por cada coisa na vida, que ninguém sabe. Não foi fácil”, diz Ferreira. “Tinha uma facilidade fenomenal para fazer música e poesia, e com uma versatilidade que mostrava que não era só um rapper”, avalia Tejo Damasceno, produtor do único álbum do artista, Rap É Compromisso. “É verdade que, acima de tudo, era um artista divulgando o hip-hop, mas ele misturava-o com os ritmos brasileiros.” Atualmente, Damasceno e Rica Amabis (junto com Daniel Ganjaman e DJ Cia) estão envolvidos na produção do disco também entitulado Maestro do Canão, com 14 faixas inéditas. “Ele canta blues em uma faixa”, diz Damasceno. “Tem uma homenagem ao Chico Science, junto com a Nação Zumbi; e um samba misturado com as batidas de hip-hop.” Amabis defende o ecletismo do trabalho: “Haverá músicas para todos os gostos e para todo mundo”.