As melhores músicas internacionais de 2014
Sons para sacudir o corpo, refletir sobre a melancolia e ativar os instintos: as canções do ano comentaram tempos de mudanças
Bruna Veloso, José Julio do Espirito Santo, Lucas Brêda, Marcelo Costa, Marcos Lauro, Mariana Tramontina, Mauro Ferreira, Pablo Miyazawa, Paulo Cavalcanti e Pedro Henrique Araújo.
Publicado em 14/01/2015, às 16h43 - Atualizado em 19/01/2015, às 10h341 Beck“Blue Moon”
Certas coisas tendem a ficar ainda melhores com o tempo, e tal máxima se aplica a Beck Hansen. Com Morning Phase, o músico norte-americano de 44 anos atinge um nível impressionante de destreza melódica e lirismo que apenas a maturidade é capaz de proporcionar. “Blue Moon” não é só a síntese dessa fase virtuosa, mas é possivelmente a mais bela música que Beck já escreveu. Introspectivo e com o coração partido, o cantor lamenta sobre “estar cansado de estar sozinho” e implora para não ser abandonado, protegido apenas por violões dedilhados e poucas camadas de timbres oníricos. Uma tortuosa viagem ao âmago do artista, esta certamente é a canção mais dolorida que ouvimos sem parar em 2014.
2 Jack White“Lazaretto”
O roqueiro mais ambicioso dessa geração lança mão de todos os truques que tem na manga para incrementar a melhor faixa do álbum homônimo: ri s de guitarra sincopados e dançantes, vocais lancinantes, solo bluseiro e até um inesperado violino.
3 St. Vincent“Digital Witness”
No melhor single do quarto disco de Annie Clark, a guitarrista exibe toda a habilidade com o instrumento – usando distorção, efeitos rasgados e até um trecho suingado, típico da disco music – para criticar a necessidade de se projetar através das redes sociais.
4 Sia“Chandelier”
Apesar de estar sempre nas paradas nas vozes de outros cantores, Sia só conseguiu um sucesso mundial próprio com esta canção, inspirada na luta dela contra o alcoolismo. O refrão captura o momento em que beber para de ser divertido e se torna assustador.
5 Beyoncé e Jay Z“Drunk in Love”
Foi o hit radiofônico mais sexy de 2014, da batida grave pesada ao arrepio selvagem na voz de Beyoncé quando canta sobre noites regadas a álcool e manhãs de ressaca. Nem a piada rude sobre Ike Turner feita pelo marido acaba com o clima.
6 Taylor Swift“Shake It Off”
dá para não amar Taylor Swift tirando sarro de si mesma enquanto diz: “Tenho muitos encontros/ Pelo menos, é o que dizem por aí”? Não, não dá. Tente ficar com as mãos paradas enquanto ouve o refrão.
7 Iggy Azalea e Charli XCX“Fancy”
Graças ao gancho matador de Charli XCX, “Fancy” dominou o verão no Hemisfério Norte e se tornou o rap cantado por uma mulher mais popular do ano em termos mundiais.
8 Black Keys“Gotta Get Away”
A última faixa de Turn Blue parece vinda diretamente das rádios dos anos 1970, do andamento da guitarra em ritmo de Keith Richards nos Rolling Stones ao balanço de blues, passando pela batida do cowbell.
9 Foo Fighters“Something from Nothing”
É a canção que melhor define o Foo Fighters dos dias atuais: início em calmaria, guitarras entrelaçadas, refrão urgente e, como não poderia faltar, uma gritaria desesperada nos minutos finais.
10 FKA Twigs“Two Weeks”
Sussurrando, a cantora britânica garante que só precisa de duas semanas para fazer o interesse amoroso dela esquecer a ex, e não é difícil acreditar. Trilha para um encontro romântico (ou tórrido).
11Kendrick Lamar“I”
O rapper professa amor-próprio sobre um lick de guitarra clássico do Isley Brothers. Ele versa: “Paz ao esquadrão da moda, deixo minhas emoções à mostra”. E faz isso muito bem.
12 Real Estate“Talking Backwards”
È tão delicado o clima proporcionado por essa canção que mal se percebe que a letra trata de desentendimentos amorosos. Se todas as brigas entre casais fossem assim tão serenas, a vida seria bem mais simples.
13 Damon Albarn“Mr Tembo”
O encontro com um bebê elefante na Tanzânia foi o ponto de partida para o músico compor uma canção com sotaque gospel, trecho de rap e participação do The Leytonstone City Mission Choir.
14 Lorde“Yellow Flicker Beat”
Lançada na trilha sonora de Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1, “Yellow Flicker Beat” é a promessa de que o segundo disco de Lorde terá mais peso no som que o álbum de estreia dela, Pure Heroine (2013).
15 Bruce Springsteen“Frankie Fell in Love”
Mesclando rock e soul, a canção resume a sabedoria do mundo a uma simples frase (“Tudo começa com um beijo”) e segue com um toque gospel, ora leve ora furioso.
16 U2 “Every Breaking Wave”
Uma balada austera e brilhante que lembra “With or Without You” em seu poder sonoro, com ascensão suavemente heroica. Aqui, Bono encontra a salvação pela qual procura.
17 Meghan Trainor“All about That Bass”
Criticando a ditadura da magreza e fotos trabalhadas no Photoshop, a garota de 21 anos faz pop dos anos 2000 com toques de doo-wop da década de 1950. Funciona.
18 Flying Lotus e Kendrick Lamar“Never Catch Me”
O rap de kendrick Lamar evoca filosofia acadêmica e espeluncas beatniks, alimentado pelo jazz fusion eletrônico concebido por Flying Lotus.
19 Royal Blood“Out of the Black”
Voz sussurrada, baixo distorcido ligado a três amplificadores e bateria retumbante foram os ingredientes utilizados pelo duo britânico para trazer de volta a esperança com o futuro do rock de arena.
20 Sharon Van Etten“Every Time the Sun Comes Up”
“Lavei sua louça/ mas caguei no seu banheiro”, ela canta neste majestoso folk indie com uma batida tão pesada quanto a de qualquer rock de sucesso do ano passado.
21 Coldplay“Magic”
Quase não parece Coldplay: a base da canção é uma batida contínua, com um baixo marcado. A leveza e o refrão dolorido fizeram desta canção romântica o hit radiofônico mais tranquilo de 2014.
21 Coldplay“Magic”
Quase não parece Coldplay: a base da canção é uma batida contínua, com um baixo marcado. A leveza e o refrão dolorido fizeram desta canção romântica o hit radiofônico mais tranquilo de 2014.
22 Sam Smith“Stay with Me”
O primeiro grande sucesso do soulman britânico é uma balada sobre um romance que ele sabe que não vai durar. É fácil se apaixonar pelos backing vocals gospel e pela voz suplicante de Smith.
23 Metronomy“Love Letters”
A introdução de pouco mais de um minuto com arranjos jazzísticos e um belo saxofone engana. Rapidamente o ouvinte é levado a uma viagem no tempo para o suingue da disco music dos anos 1970.
24 Lana Del Rey“Brooklyn Baby”
É contraditório, mas Lana zomba de hipsters enquanto afirma: “Meu namorado está em uma banda/Ele toca guitarra e eu canto Lou Reed”. É um verso destinado para
gerações de jovens que sonham em ser cool.
25 Future Islands“Seasons (Waiting on You)”
Sobre sintetizadores arrepiantes, o vocalista Samuel Herring anda em uma linha fina entre Erasure e Tina Turner, exalando um soul tristonho.