Melhores Músicas Nacionais de 2015

1° – Elza Soares – “Maria da Vila Matilde” Elza é Maria, todas as Marias. Ela encarna e defende as mulheres que sofrem com a violência doméstica. “Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim”, ameaça a cantora na faixa mais contundente do disco A Mulher do Fim do Mundo. Uma canção-símbolo do […]

Redação

A turbulência que sacudiu as ruas e a inqueitação no coração e na mente das pessoas mundo afora foram refletidas nas principais canções do ano que passou.
A turbulência que sacudiu as ruas e a inqueitação no coração e na mente das pessoas mundo afora foram refletidas nas principais canções do ano que passou. - Redação

1° – Elza Soares – “Maria da Vila Matilde”

Elza é Maria, todas as Marias. Ela encarna e defende as mulheres que sofrem com a violência doméstica. “Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim”, ameaça a cantora na faixa mais contundente do disco A Mulher do Fim do Mundo. Uma canção-símbolo do ano em que as pautas do empoderamento feminino e do fim da cultura do estupro estiveram mais em voga do que nunca. A mensagem é ainda mais forte por vir de Elza, uma incansável guerreira que sentiu essa dor na pele.


2° – Boogarins – “Avalanche”

Dinho Almeida fala sobre ganância e famílias desabrigadas, mas também sobre a própria banda. Entre guitarras coloridas e ressonantes, ele declara as intenções em poucas palavras: “Com ele [eco], meu grito tem força para derrubar todos os prédios”.


3° – Emicida – “Boa Esperança”

Pelo terceiro ano consecutivo presente nesta lista, o rapper paulistano marcou 2015 com uma canção em que costura versos diretos e cortantes sobre o racismo ainda vigente. A faixa também ganhou um dos melhores clipes brasileiros do ano.


4° – Gal Costa – “Quando Você Olha Pra Ela”

Na missão de se conectar às novas gerações, a voz de Gal abraça a letra de Mallu Magalhães com total suavidade. A potência natural da cantora dá lugar a uma interpretação controlada na medida, sobre uma base com um quê de samba-rock.


5° – Instituto – “Alto Zé do Pinho” (part. Sabotage)

Figuras lendárias como Sabotage e Chico Science ganham vida nesta saudosa (tematicamente), porém moderna (sonoramente) ode ao Recife. Além do groove do Nação Zumbi, o raro cantar melódico do finado rapper é de arrepiar.


6° – Tulipa Raiz – “Tafetá” (part. João Donato)

O balanço do piano elétrico do mestre João Donato é o que conduz a música, que tem também o delicioso dueto vocal entre Tulipa e o convidado – ele, com aquele cantar inimitável; ela, com a técnica impecável de sempre.


7° – Ava Rocha – “O Jardim”

Faixa menos experimental de Ava Patrya Yndia Yracema, “O Jardim” é também o mais singelo e sentimental registro do álbum. A voz soturna de Ava encaixa-se com personalidade ímpar no detalhado instrumental.


8° – Cidadão Instigado – “Fortaleza”

Fernando Catatau dilui a nostalgia da terra natal em críticas sociais. O riff remete às raízes nordestinas da banda e eleva a dureza desta declaração de amor e decepção permeada pela passagem do tempo.


9° – Anitta – “Bang”

Está mais difícil usar a palavra “funk” e o nome “Anitta” em uma mesma frase. “Bang” reafirma a vocação da cantora para o pop – mais uma vez, com a ajuda dos hitmakers Jefferson Junior e Umberto Tavares.


10° – BNegão & Seletores de Frequência – “Surfin’ Astatke”

A faixa do trompetista Pedro Selector tenta fundir o jazz etíope de Mulatu Astatke com a surf music. O resultado lembra as trilhas sonoras feitas em Bollywood.


11° – Rodrigo Ogi – “Hahaha”

Em suas minicrônicas urbanas, o rapper paulistano dá vazão ao bom humor. Nesta que é uma das faixas principais do álbum , ele fala de uma paquera atrapalhada. É impossível não rir quando Ogi entoa o refrão.


12° – Ana Cañas – “Tô na Vida”

Composta por Arnaldo Antunes e com participação do guitarrista do Nação Zumbi, Lúcio Maia, “Tô na Vida” traz Ana Cañas se aproximando do rock em uma balada de poesia reta e melodia aconchegante.


13° – Odair José – “Dia 16”

Guitarras ardidas e uma bateria bem marcada conduzem essa canção que batiza o mais recente trabalho do cantor e compositor goiano. O som não tem nada de popularesco e se aproxima do classic rock.


14 ° – André Abujamra – “Espelho do Tempo”

Coroando o clima teatral de O Homem Bruxa, o músico faz um apropriado tributo ao falecido pai, o ator Antônio Abujamra, relatando que o gene artístico passa de geração para geração.


15 ° – Dônica – “Bicho Burro”

A canção sintetiza o encontro da MPB no estilo Clube da Esquina com o rock progressivo, mistura que é a marca da sonoridade de Dônica. A vulgaridade do título pouco condiz com o refinamento da letra.


16 ° – Elza Soares – “Luz Vermelha”

A desesperança urbana ganha como moldura uma guitarra roqueira de Kiko Dinucci, em uma canção cujo refrão é construído sobre uma frase do filme O Bandido da Luz Vermelha, a respeito do infame criminoso.


17° – Karina Buhr – “Eu Sou um Monstro”

Pancada poética é a especialidade de Karina, que fez mais um dos bons discos de temática feminista (entre outras críticas) do ano passado. “Mulher, tua apatia te mata”, crava ela no marcante refrão.


18° – Silva – “Noite” (part. Lulu Santos e Don L)

As referências e um ícone pop, como Lulu, e de um importante representante do rap moderno (Don L) abraçaram a melodia de Silva, que nunca teve tanto apelo comercial quanto aqui.


19° – 3rd World Vision – “Provocações” (part. Espião)

No projeto que juntou rappers brasileiros com nomes norte-americanos, “Provocações” se destacou. Nela, o rapper Espião justifica o título da faixa e provoca outros criadores de rimas do país.


20° – Jonas Sá – “Chat Roulette”

Sacana, libidinoso, sem-vergonha: todos esses adjetivos se casam com o rap sexual de Sá. A guitarra remete aos momentos mais rascantes de Lanny Gordin, mas tudo se perde em uma barulhente fanfarra no final.


4° – Jaloo – “Fluxo”

O paraense já tinha mostrado que tem estilo próprio e, ao mesmo tempo, é um ótimo aglutinador de tendências. As batidas do “funk de fluxo” desta faixa vieram para comprovar a criatividade do artista.


22° – Supercordas – “Fundação Roberto Marinho & Co”

Apesar do nome, não espere nada de blues. Trata-se de uma arrastada disgressão psicodélica cujos vocais incompreensíveis são soterrados em uma avalanche de efeitos sonoros.


23° – Macaco Bong – “#tapanapantera”

O trio instrumental ressurgiu em 2015 com o álbum Macumba Afrocimética, tendo como um dos destaques este tema pesado e dissonante, conduzido pelo tom grave e hipnótico do baixo elétrico.


24° – Johnny Hooker – “Eu Vou Fazer uma Macumba pra te Amarrar, Maldito”

A canção que dá título ao trabalho do músico pernambucano é um glam rock percussivo. Metais e um baixo oscilante amarram o recado do cantor ao namorado que o deixou.


25° – Vanusa – “Tudo Aurora”

“Embora a vida seja um estandarte / Da maldade / Bem ou Mal / Eu prefiro a verdade”, canta Vanusa nesta faixa de acento folk. Zeca Baleiro, produtor do CD da cantora, junta-se a ela no microfone.


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