Ratos de Porão comemora 25 anos de disco símbolo do punk brasileiro
Em 1983, o movimento punk nacional - basicamente centrado em São Paulo - estava na descendente. O selo-loja Punk Rock Discos já havia lançado a coletânea Grito Suburbano, o primeiro LP de punk do Brasil (que reunia Olho Seco, Inocentes e Cólera) e o festival Começo do Fim do Mundo originou reportagens que ressaltavam o aspecto violento da onda. Em plena ditadura militar, aquilo foi o suficiente para desmembrar gangues e fazer com que carecas, correntes e jaquetas de couro sumissem de vista. Até então, nenhuma banda do gênero na América Latina havia lançado um disco próprio. Até que, em dezembro, o Ratos de Porão vencia o tabu com Crucificados pelo Sistema.
Naturalmente, quando entraram no estúdio Vice-Versa, João Gordo (vocais) e Jão (temporariamente na bateria), ambos até hoje na banda, além de Mingau (guitarra) e Jabá (baixo), não tinham essa noção de importância. "A gente tinha ficado de se encontrar às 6 da tarde. Só que dormi no ônibus e acordei na Vila Mariana. Como não tinha mais dinheiro, fui a pé e atrasei a gravação umas duas horas", relembra Jão. "Todos os instrumentos eram emprestados", completa Gordo. "A gente não tinha noção de porra nenhuma, nem nos ligamos de microfonar a bateria". As 16 faixas foram gravadas e mixadas em seis horas.
Você lê esta matéria na íntegra na edição 27, dezembro/2008