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Menina do Samba

Sucesso de crítica, Mariana Aydar tem estilo o suficiente para brilhar na nova MPB

Por Paulo Cavalcanti Publicado em 06/08/2009, às 17h33

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O novo samba de Mariana está pronto para o sucesso - FOTO RUI MENDES
O novo samba de Mariana está pronto para o sucesso - FOTO RUI MENDES

Sempre vai existir um burburinho sobre o resgate do samba, com gente falando que a molecada vai fuçar e remexer o som que é a espinha dorsal da música brasileira. Hoje, com as misturas e referências que rondam o estilo, ninguém mais pode falar que faz samba castiço. E sempre vai existir um ou outro elemento pop no meio. Também é aconselhável ter uma certa sensibilidade indie na manga. Rômulo Fróes, Rodrigo Campos, Luisa Maita, Nuno Ramos são os novos rostos que se encaixam nesse perfil. E, é claro, nesse balaio de sambistas jovens e estilosos, está Mariana Aydar.

Quando lançou Kavita 1 , no final de 2006, Mariana recebeu os dois polegares levantados da crítica. Ela não dormiu sobre os louros e continuou tocando sua carreira, mas não houve movimentação em estúdio para um álbum seguinte. Quase três anos depois, Mariana quebra o silêncio discográfico com o igualmente bem-recebido Peixes, Pássaros e Pessoas. Esguia, despojada e de gestos elegantes, a paulistana aparenta ter um pouco menos do que seus 29 anos.

Por toda sua vida, Mariana viveu dentro do universo do show business e, mesmo assim, se manteve longe da afetação do mundo das celebridades. Seu pai é Mario Manga, cantor, produtor e multi-instrumentista que se notabilizou nos anos 80 no grupo humorístico paulistano Premeditando o Breque. A mãe é Bia Aydar, conhecida produtora cultural. Mariana abre o sorriso para recordar o período em que começou a s e embrenhar pelo mundo da música: "Ah, lembro bem daquele tempo. Eu era pequena e i a aos shows do meu pai. Adorava aquela bagunça, aquela agitação do Premê, com to da aquela maluquice que eles aprontavam. Imagine só, aqueles caras tomando banho em pleno palco! Eram os tempos de dureza."

Bem, os tempo de dureza passaram e quem se aproxima de Mariana também percebe que ela decididamente não tem nada da anarquia que pautou o trabalho de seu pai. Ela estudou música de uma maneira formal, incluindo até aulas de violoncelo. Morou um tempo na França e lá viu o c aminho das pedras: "Percebi que o interesse pela música brasileira era muito grande. Tinha que retornar e fazer algo". Quando voltou ao Brasil, foi cantar forró, mas se encontrou mesmo no samba e seus derivados. Passada a fase inicial de sua descoberta pelo público e crítica da boa repercussão que teve Kavita 1, agora ela pode falar com entusiasmo d essa cena na qual é incluída: "Às vezes eu acho que não existe uma cena, ma s, n o final, posso dizer que sim, que eu, o Rômulo, o Rodrigo e a Luiza fazemos parte de uma geração que está aí para dar uma nova cara ao estilo".

Uma figura importante nesta matemática sonora de Mariana é o músico e compositor carioca Duani, namorado dela. Além de escrever várias faixas do trabalho, ele serviu como coprodutor do álbum ao lado do onipresente Kassin. "O Duani me faz ver coisas novas, ele tem sempre boas descobertas musicais", diz a cantora. Duani faz parte do grupo Forróçacana, o que não deixa de ser uma referência para Mariana lembrar seu começo profissional. A cantora vive em trânsito, já que continua com um pé no Velho Continente. França e Portugal descobriram sua música com entusiasmo, m as ela ainda acha um tempo para mostrar sua música por aqui: no segundo semestre deste ano deve ocorrer o lançamento oficial do show referente a Peixes, Pássaros e Pessoas.