Empreendedor, Jack White planeja os projetos que irá comandar em 2013: “É legal ter uma estrada inteira de possibilidades aberta diante de mim”
Patrick Doyle | Tradução: J.M. Trevisan Publicado em 11/04/2013, às 16h08 - Atualizado em 14/04/2013, às 17h34
E uma semana movimentada no escritório da gravadora de Jack White, a Third Man Records, em Nashville. White tem feito reuniões com artistas e promotores que tentam vender a ideia de um festival musical local. Mas a prioridade é a nova série do selo: a Third Man se juntou à arquivista Document Records para relançar a obra completa remasterizada de pioneiros do blues. Além disso, White ainda está envolvido novamente com o Dead Weather e já tem mais de 20 faixas solo novas.
O que levou você a fazer essa parceria com a Document e relançar estes discos?
O primeiro disco de blues que comprei na vida era um relançamento da Document. Eu tinha 17 anos, por aí. Um colecionador havia morrido em Detroit, e trouxeram o acervo dele inteiro para uma loja chamada Desirable Discs em Dearborn, Michigan. Estavam todos os discos lá, e cada um tinha um número no canto. Havia muitos álbuns interessantes ali – comprei Roosevelt Sykes e Tommy Johnson e material de muita gente que eu nunca tinha ouvido antes. Acho que consegui comprar uns 20 ou 30 discos. E, quando a Third Man Records abriu, a primeira coisa que eu pensei foi em como seria legal lançar esses discos em vinil de novo, porque já fazia uns 20 ou 30 anos que não estavam mais disponíveis. Não me lembro de quando os últimos foram lançados, porque a Document, a Yazoo e as gravadoras especializadas em material de arquivo pararam de prensar vinil. Esse formato faz falta para o mundo inteiro. Então falamos com a Document. Assim, pensamos: “Queremos apresentar isso de um modo totalmente novo. Vamos tornar isso algo sempre disponível no catálogo”. E tem uma arte nova feita por Rob Jones, por isso é muito atraente. Os discos de blues tinham sempre aquela arte mais sem graça, sisuda, o que os tornava ainda mais desinteressantes para o comprador ocasional.
A morte foi um tema em seu disco solo, Blunderbuss. Onde está a sua cabeça como compositor agora?
Em tudo. Ir para a estrada com duas bandas, que é o mesmo que viajar com uma família nova e gigante, fez com que minhas influências se ampliassem. Não há gênero. Tenho gravado com ambas. Estou com umas 20 ou 25 faixas em que estou trabalhando. Muitas músicas. É um momento bom para compor.
Tem passado muito tempo com o Dead Weather?
Moramos todos em Nashville agora. Todos os membros do Raconteurs e do Dead Weather, então frequentemente viajamos juntos. Também gravamos algumas coisas. E Brendan [Benson] e o Raconteurs construíram um estúdio novo na cidade, por isso há muita inspiração rolando.
Está trabalhando com o Raconteurs também?
É, estamos sempre trabalhando juntos, sabe? Fizemos alguns shows há um ano. As coisas acontecem, não é a gente que senta e escolhe. Por exemplo, não sabíamos que iríamos gravar dois discos do Dead Weather em sequência. Não tínhamos um plano. Estávamos só gravando um compacto e foi rolando. Tentamos não dizer ao nosso trabalho o que fazer. Deixamos que ele nos diga o que fazer.
Este ano ainda está em aberto para você. Já tem alguma ideia de qual vai ser seu interesse principal?
Oh, tudo o que a gente discutiu. Definitivamente. Há tantas coisas. Eu poderia trabalhar na Third Man 24 horas por dia, o ano todo se quisesse. Há tanta coisa acontecendo. E estou empolgado com o que lançaremos nos próximos meses. Mas gosto de encarar um passo de cada vez e não pensar muito à frente. Não tenho nenhum show marcado para este ano. É legal ter uma estrada inteira de possibilidades aberta diante de mim.