Lançado pelo cineasta Vladimir Carvalho em 2011, Rock Brasília - Era de Ouro flagra o surgimento das três grandes bandas de rock da capital federal nos anos 1980: a Legião Urbana, a Plebe Rude e o Capital Inicial. Entretanto, além de destrinchar detalhes sobre a trajetória dos grupos, o documentário mostra mais sobre os pais dos músicos e tem nas imagens de arquivo do show que a Legião Urbana fez no estádio Mané Garrincha, em 1988, um de seus momentos mais fortes.
Irmão de Vladimir Carvalho, Walter Carvalho é outro cineasta que se dedicou a retratar o rock brasileiro em seus filmes. Diretor da cinebiografia Cazuza - O Tempo Não Para, Walter fez um extenso trabalho de pesquisa para desvendar os mistérios de Raul Seixas em Raul – O Início, o Fim e o Meio. Sem medo de tocar na ferida, o filme fala abertamente sobre os casamentos, o misticismo e os fãs do baiano, além de detalhar a parceria de Raul com o hoje escritor Paulo Coelho.
Em 1967, a final do III Festival de Música Popular Brasileira, organizado pela Rede Record, reuniu em seu palco jovens que mudariam a história da canção brasileira nos anos seguintes. Naquela noite, nomes como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque davam seus primeiros passos para mostrar novas músicas e ideias ao país governado pela ditadura militar. Quarenta anos depois, o documentário Uma Noite em 67 registra os grandes momentos do Festival e conversa com seus protagonistas para saber o que ficou daqueles dias.
Lançado em setembro de 2012 nos circuito comercial, o documentário Tropicália tem uma missão ingrata: explicar em cerca de 80 minutos um dos movimentos musicais mais importantes da história do Brasil. Dá quase certo: o filme conta, sem grandes detalhes, como as ideias de Caetano Veloso e Gilberto Gil surgiram, além de situar bem o espectador no contexto daquela época. Para os iniciados, as melhores partes do filme são a apresentação de Caetano Veloso na TV portuguesa e a participação dos tropicalistas no Festival da Ilha de Wight.
Com roteiro do escritor Zuenir Ventura, Paulinho da Viola - Meu Tempo é Hoje foi lançado em 2004, e joga boa luz sobre um dos maiores e mais refinados sambistas brasileiros, Paulinho da Viola. Em tom de crônica, o filme aborda temas como a relação de Paulinho com a escola de samba Portela, a herança musical de seu pai, César Faria, e a paixão do músico por marcenaria e bilhar.
Dirigido pelo apresentador Gastão Moreira, Botinada: A Origem do Punk no Brasil é um ótimo ponto de partida para quem quiser entender o começo do movimento punk no país, entre o fim dos anos 1970 e o começo dos 1980 - especialmente em Sâo Paulo. Principal foco do documentário, a capital paulista foi berço para grupos seminais do gênero, como Inocentes, Cólera e Ratos de Porão. Para quem conhece bem o assunto, o principal atrativo de Botinada fica por conta de imagens como um show do Cólera na TV Tupi em 1980.
Figura central da cena independente paulistana na década de 1980 e influência para nomes como Zélia Duncan e Tulipa Ruiz, o cantor Itamar Assumpção é a estrela principal de Daquele Instante em Diante. Cheio de depoimentos de companheiros de jornada do artista, como os músicos da Banda Isca de Polícia e o compositor Arrigo Barnabé, o filme de Rogério Velloso é a oportunidade para quem quiser saber mais sobre um dos maiores cancionistas brasileiros.
Desde o começo dos anos 2000, quando o historiador Paulo César de Araújo lançou o livro Eu Não Sou Cachorro Não, a música brega de artistas como Odair José, Waldick Soriano e Amado Batista tem passado por uma revalorização na cena nacional. Vou Rifar Meu Coração, lançado recentemente pela diretora Ana Rieper, segue a linha do livro de Araújo, falando sobre como as músicas desses e outros artistas tidos como cafonas mudou a vida de muita gente ao longo dos últimos 40 anos no país.
Uma carreira de sucessos interrompida por um mal-entendido cruel. Essa é a história de Simonal: Ninguém Sabe o Duro Que Dei, lançado em 2009. Dirigido por Cláudio Manoel (do Casseta & Planeta), Micael Langer e Calvito Leal, o filme passa a limpo a história de Wilson Simonal, dando destaque para inocentar o cantor da acusação de ter sido colaborador da ditadura militar, algo que o relegou ao ostracismo no começo da década de 1970.
De 2006, Loki é um retrato comovente sobre a vida (e a sobrevivência) do baixista/tecladista dos Mutantes, Arnaldo Baptista. Dirigido por Paulo Henrique Fontenelle, o filme mostra a trajetória de Arnaldo, de sua infância no bairro da Pompeia até os dias de hoje - passa pelo grupo que o músico teve com Rita Lee e Sérgio Dias e o acidente pelo qual Baptista passou no final do ano de 1982, quando caiu de uma janela no quarto andar da ala psiquiátrica do Hospital do Servidor Público, em São Paulo.