O empresário brasileiro que ganha dinheiro — indiretamente — com a maconha
Apesar de a maconha estar longe de ser legalizada no Brasil, o país é hoje referência mundial na fabricação de um produto essencial para quem fuma: a seda. Para os não iniciados, trata-se do papel usado para enrolar a erva. Depois de presenciar um amigo utilizando um material semelhante a papel celofane para fumar, o empresário paulistano Renato Volonghi decidiu pesquisar sobre a novidade. “Eu olhava para aquilo abismado. Pensei: ‘Vou ganhar dinheiro com isso’.” Depois de descobrir que o produto era fabricado em uma fábrica de papel e usado para embalar bombons, ele selou uma parceria. “A fábrica mostrou todos os components usados na fabricação”, Volonghi conta. “Toda química era retirada através de banhos: 86% eram cellulose regenerada, 10% água e 4% umectante, que dá a condição plástica.” Foi assim que, em 2006, nasceu a Leda. Depois de investir R$ 20 mil e encomendar um lote inicial de 27 quilos do material, o empresário logo passou para 1 tonelada. “Registrei o nome Leda no mundo inteiro. Quando fui comprar 1 tonelada em menos de um mês, comecei a desenvolver o papel e a pedir: ‘Quero assim, quero assado’. Meu faturamento chegou aos US$ 10 milhões”, relata o criador da primeira seda “plástica” do mundo. Volonghi, que afirma fumar apenas recreativamente, definiu que o Uruguai “será o foco número 1” dos próximos investimentos da Leda. Para fevereiro, ele havia previsto uma viagem para “fazer trabalho de campo”. “Com a legalização, vai aumentar a oferta de maconha”, diz. “Vamos vender bem lá e no Colorado também.”