Exposição Taking Punk to the Masses sai de Seattle pela primeira vez e chega a São Paulo
Famosa tanto pela ascensão improvável quanto pelo fim trágico e prematuro, a trajetória do Nirvana é frequentemente confundida com a do seu líder, Kurt Cobain. “Muitas das histórias sobre o Nirvana viraram histórias sobre Kurt, drama e suicídio”, analisa Jacob McMurray, curador da exposição Taking Punk to the Masses, que reúne mais de 200 itens da banda. “Isso é trágico e faz parte da narrativa, só que a história do Nirvana é também outra. Kurt e Krist [Novoselic] cresceram em Aberdeen e não tinham muita perspectiva. Com talento e sorte eles conseguiram ser a maior banda do mundo.”
Quando organizou a mostra – que, depois de uma temporada no Rio de Janeiro, chega a São Paulo este mês – para o Museu de Cultura Pop de Seattle (MoPOP), McMurray quis contar a “história humana” do Nirvana. “É um processo estranho em que humanos tentam fazer algo ser maior que o humano”, teoriza.
Taking Punk to the Masses é repleta de objetos marcantes do curto período em que Cobain, Novoselic e Dave Grohl mantiveram o grupo. “Queria focar nesses caras, que eram como quaisquer moleques de 20 e poucos anos, só que vivendo aquela coisa animalesca. Gosto da ideia de que as pessoas possam se enxergar naquilo.”
“Quando fiz a exposição, pensei em turistas e fãs do Nirvana visitando Seattle”, diz McMurray. “Espero que o público fique animado em ver algo a que só tinha acesso pela TV ou rádio. E perceba que a história desses caras é muito mais interessante que essa história mitológica do ‘Santo Cobain’.”