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Noites Vibrantes

Festa mais tradicional do drum'n'bass brasileiro reestréia em São Paulo

Giulia de Marchi Publicado em 21/08/2007, às 14h47 - Atualizado em 31/08/2007, às 17h45

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Marky comanda as pickups em seu retorno à Lov.e: o amigo Patife foi o convidado da noite - Fábio Pozzebom/Abr, Maria Maltoni
Marky comanda as pickups em seu retorno à Lov.e: o amigo Patife foi o convidado da noite - Fábio Pozzebom/Abr, Maria Maltoni

Em coração de mãe sempre cabe mais um. A mãe, no caso, a casa paulistana Lov.e Club, recebe de volta o "filho" Marco Antonio Silva, que também atende pelo nome de DJ Marky. E o drum'n'bass volta a ocupar seu lugar de honra na "Vibe", uma das festas mais conceituadas de São Paulo.

O Lov.e Club nasceu em 12 de junho de 1998 - não por coincidência, dia dos namorados. Já na quinta-feira seguinte, o local recebia seu primeiro filho, na estréia da noite que se tornaria referência do estilo. Quinta virou sinônimo de Vibe, e DJ era Marky (ou Marky Mark, ou Marquinhos para os íntimos).

Durante os anos 90, o jungle, pai do drum'n'bass, saiu de seu berço britânico e chegou ao Brasil, disfarçado entre a black e a dance music. A percussão forte, as batidas quebradas e os timbres metálicos eram o som do futuro, e, com elementos brasileiríssimos, faziam dançar como nenhum outro. Em São Paulo, Marky, Patife, Andy e Koloral faziam história em clubes como Overnight, Sound Factory, Arena e Toco. Da essência dessas casas, os empresários Flávia Ceccato e Ângelo Leuzzi criaram o Lov.e Club, clube pioneiro nas tendências que antecipava e nos talentos em que investia.

"Vimos a habilidade do cara, os scratches que ele fazia, era incrível. Tínhamos que trazer ele pro Lov.e", diz Flávia, sobre Marky. O DJ passou a dirigir as quintas da casa. "Quando a 'Vibe' começou, não era só o drum'n'bass, mas também a própria música eletrônica que estava em plena ascensão. A mistura de boa música, interesse da imprensa, clube de absoluta qualidade e ausência de propostas semelhantes foi explosiva", completa o próprio Marky.

O drum'n'bass explodiu, e a superexposição teve as suas conseqüências. Nomes diversos como Patife, Marky, Ramilson Maia, Nego Moçambique e Fernanda Porto sumiram dos holofotes. No último ano da festa, dizia-se que ambos os lados estavam magoados. Marky pela excessiva atenção que era dada para a novidade do clube; e o Lov.e pelo descaso do residente mais famoso da casa, que freqüentemente cancelava suas apresentações, priorizando a carreira internacional. "Como qualquer coisa que fica sete anos funcionando, ela tinha que perder a força. Não conheço outra festa no mundo que tenha durado mais", diz Marky. Flávia concorda: "Depois de tanto tempo como uma noite fixa semanal, isso é esperado. Naquele momento, achamos que podíamos ficar bem um sem o outro, foi uma coisa recíproca".

Ao que tudo indica, a saudade acabou falando mais alto. Os rumores já circulavam quando veio a tímida confirmação, com Marky e Patife escalados para a noite da volta triunfal, em 21 de setembro último. A "Vibe" volta, porém com a promessa de renovação. A noite agora será quinzenal, dividindo a data com o projeto de house e eletrohouse "Substância", dos DJs Mr. Gil e Jac Júnior. Marky é o DJ residente oficial, mas haverá uma maior rotatividade de convidados, para que os habitués nunca vejam a mesma noite. Entre as presenças garantidas, os DJs Koloral, Bungle, o duo 2Funkyz (Cezar Peralta & Beto Dog Face) e Patife. Pelo menos por ora, o amor voltou ao ar.