Fruto da geração digital, NEVILTON faz rock dançante para as massas
Meu nome não é muito comum, então para uma banda até que poderia soar legal!", admite Nevilton de Alencar, vocalista, guitarrista e compositor do trio Nevilton, de Umuarama (PR). "Além de tocarmos minhas composições, talvez seja pelo fato de que sempre fui o mais envolvido com o funcionamento das minhas bandas", ele explica o batismo pouco usual do grupo. "Foi algo do tipo: 'Vai no seu nome, que provavelmente se a turma for desistindo você vai ser o último'."
A música produzida porele, Tiago "Lobão" Inforzato (baixo) e Fernando Livoni (bateria) é de definição difícil - uma forma mais alegre e urgente de BRock com pinceladasde jovem guarda e rock britânico, com arranjos bem elaborados, guitarras virtuosas e letras (em português) de fácil memorização. "Gosto do fato de estar ficando difícil pra rotular... demonstra que a síntese está acontecendo. Eu chamo de 'rock brasileiro'", Nevilton ri, demonstrando timidez longe do palco. De maneira inversa, a performance do grupo ao vivo é marcada pelo clima de festa dançante e acrobacias ensaiadas inspiradas por The Who, Led Zeppelin e MC5. "Minha mãe diz que eu era um bebê agitado e que acalmava quando fi cava no colinho dela ouvindo Gonzagão no vinil", brinca.
Mantenedor do site do grupo e de suas diversas linhas de guerrilha (MySpace, Orkut, TramaVirtual, YouTube, Flickr), Nevilton, 22, faz parte de uma geração de compositores que conviveu desde sempre com a internet e que encara a divulgação de seus projetos como parte integrante do processo criativo. "Em 1993, eu estaria gravando muitas fitas e escrevendo cartas... agora eu só posso fazer isso bem mais rápido!", compara. "Se não fosse a internet, meu universo se resumiria ao que eu vejo por aqui e nos livros que leio. Seria muito mais trabalhoso para eu conhecer o som dos Pixies, a obra do Chico Buarque, Tom Jobim ou da Graforréia Xilarmônica." Prestes a lançar o primeiro disco, gravado ao vivo em estúdio ("para manter a pegada dos shows") e mixado nos Estados Unidos, o trio se concentra na estratégia de marketing além dos ambientes virtuais: lançamento de singles colecionáveis em tiragens pequenas e a maior quantidade de shows possível fora do eixo paranaense. "Tocando por aí", o homem-banda comemora, "a gente vai vendendo uns discos, divertindo uma galera e fazendo novos amigos!"