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Nova Força

Juliana Kehl reforma carreira com trabalho direto e empoderado

Lucas Brêda Publicado em 22/02/2017, às 15h16 - Atualizado às 15h22

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<b>Agora é que são elas<b><br>
Juliana voltou segura de si em <i>Lua Full</i> - Anderson Capuano
<b>Agora é que são elas<b><br> Juliana voltou segura de si em <i>Lua Full</i> - Anderson Capuano

Já faz cerca de sete anos desde que Juliana Kehl apareceu, com o disco autointitulado (2010), mas a cantora se afastou da música e, a esta altura, ao menos para o público, um retorno parecia algo improvável.

“Acho que foi no fim de 2014 que voltei a pensar em música, consegui me reestruturar. Minhas filhas estavam maiores e foi um processo natural, comecei a compor”, diz ela, contemplando o período posterior à gravidez delicada de gêmeas e ao término do casamento, que a fizeram preterir a carreira musical.

A volta de Juliana se dá na forma de Lua Full, lançado em janeiro e que deixa no passado os sambas do primeiro álbum. “A minha prerrogativa foi um disco mais orgânico, menos pós-produzido, mais pop”, conta Juliana. “Meu primeiro disco é um pouco mais experimental e se tornou mais difícil, mas foi uma necessidade minha de comunicação.” Juliana convocou pai e irmão de Tulipa Ruiz, Luiz Chagas e Gustavo Ruiz – ambos guitarristas –, para assinarem a produção.

O resultado é um pop melódico e imediato, de guitarra, baixo, bateria e sopro, suficientemente distante dos cavaquinhos e percussões do antecessor.

Lua Full chega não só para retomar uma carreira prematuramente interrompida mas também para solidificar um momento de segurança e empoderamento pessoal de Juliana. “Eu sempre fui condescendente com o machismo, com coisas que observo desde a infância”, reflete. “Com esses movimentos da internet, aconteceu uma tomada de consciência”, explica, citando as populares campanhas das redes sociais “Meu Amigo Secreto” e “Agora É Que São Elas”.

“[No disco, este assunto] está diluído – em alguns momentos é mais implícito e, em outros, mais explícito. Mas é o subtexto de tudo.”