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Novo Ele Mesmo

JOÃO FÊNIX retorna às raízes em novo álbum e ganha reconhecimento para além das constantes comparações

Guilherme Bryan Publicado em 30/07/2016, às 18h03 - Atualizado às 18h13

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<b>Com Efeito</b><br>
Fênix: andrógino, único e cheio de projetos - Léo Viana/Divulgação
<b>Com Efeito</b><br> Fênix: andrógino, único e cheio de projetos - Léo Viana/Divulgação

De Pixinguinha a Zeca Baleiro, nada escapa da mira do cantor pernambucano João Fênix, talentoso contratenor que chega ao quarto álbum – o segundo como intérprete, função que havia exercido apenas no disco de estreia, Eu, Causa e Efeito (2004). Nada mais apropriado, então, do que o CD ser batizado como De Volta ao Começo. O timbre diferenciado e os trejeitos andróginos têm levado a diversas comparações e títulos de “o novo Ney Matogrosso” ou “o novo Edson Cordeiro”, mas o intérprete tem personalidade própria de sobra.

“Este álbum representa um retorno ao meu começo artístico. Ele valoriza minha primeira e até agora mais relevante expressão enquanto músico, a de intérprete”, assegura, e acrescenta: “Considero um passo adiante pela maturação no canto e na escolha do repertório. É um trabalho em que fui muito assertivo em estúdio, das escolhas sonoras à projeção vocal”.

É o que se percebe nas impactantes gravações de “Língua do P”, de Gilberto Gil, “Riacho do Navio”, de Luiz Gonzaga e Zé Dantas, “Último Desejo”, de Noel Rosa, e “Cálice”, de Chico Buarque e Gil, que ganhará um videoclipe com imagens das recentes e constantes manifestações realizadas pelo Brasil em 2016. Os shows de lançamento de De Volta ao Começo acontecem este mês no Rio de Janeiro e na cidade de Amarante, em Portugal, durante o festival gratuito Mimo. O espetáculo conta com a direção musical de Jaime Alem, um dos arranjadores do disco, ao lado de JR Tostoi. No palco, estarão, além de João e Jaime, Alberto Continentino (no contrabaixo) e Felipe Tauil (na percussão).

Atualmente, Fênix se divide entre o Brasil e os Estados Unidos, já que mora em Washington. “Neste primeiro momento, a direção cênica do show ainda está em minhas mãos. Primeiro, quero maturá-lo do ponto de vista musical nos palcos antes de partir para algo mais arrojado cenicamente. De qualquer forma, o ‘Fênix’ estará presente. Com a mesma imagem andrógina do começo da minha carreira e a mesma urgência ideológica musical”, garante o cantor. Em 2017, João Fênix gravará um disco em homenagem aos 50 anos de carreira fonográfica de Gal Costa. No repertório certamente estarão “O Amor”, de Caetano Veloso, Ney Costas Santo e Vladimir Maiakovski, “Força Estranha”, de Caetano, e “Brasil”, de Cazuza, George Israel e Nilo Romero, algumas de suas favoritas. A produção deverá ficar a cargo de Pupillo, baterista do Nação Zumbi e que tocou nos primeiros shows de Fênix.