Banda fala sobre a experiência de trabalhar ao lado de artistas renomados do rap, do documentário sobre os bastidores de Projeto Paralelo e do trabalho ao lado de Rick Bonadio
O NX Zero acaba de lançar o disco Projeto Paralelo, no qual experimenta com rap. A banda está em nossa edição de dezembro (leia um trecho aqui), e você confere mais da entrevista, além de um vídeo com a banda, abaixo.
Vocês chegaram a tocar alguma coisa do Projeto Paralelo nos shows de Sete Chaves? Planejam uma turnê?
Diego Ferrero: A gente não tocou ainda ao vivo, vamos começar a ensaiar. Tocamos em alguns programas de TV, como no Altas Horas, com o Emicida, e ficou muito legal. Ficamos empolgados para fazer alguma coisa [ao vivo] e acrescentar no show, não mudar completamente, mas acrescentar no show do Sete Chaves.
Gee Rocha: O legal é que, talvez muita gente não saiba, só começamos a ensaiar as músicas depois que o disco ficou pronto. Até então, nunca tínhamos tocado com a banda inteira, para valer.
Daniel Weksler: A maioria dos discos de rap são feitos no teclado e na programação. É uma coisa que a gente não está acostumado a fazer. Fazíamos as músicas no violão, no estúdio. Tivemos que pegar as músicas que já tínhamos feito, esquecer os arranjos e a estrutura antigas e refazer a música com o Rick [Bonadio], fazendo os loops ali na hora e tal. O método foi todo diferente, a gente tem que tirar o que já foi feito para tocar as músicas no show.
Como vocês selecionaram o rappers que queriam nesse trabalho e quem participaria de cada música?
DF: O Rick ajudou muito. Se ele não estivesse com a gente, seria muito complicado fazer um disco desses. Ele é um cara que entende de rap, a gente entende de rock. Ele nos conhece muito e conseguiu misturar bem, nos mostrou muitas referências e muitas pessoas com quem seria legal trabalhar. Ele também conhecia muitos caras que a gente já ouvia e queria chamar. No começo, seriam só dez rappers, um para cada música [o álbum conta mais de 20 participações]. No final, quem não participou foi porque não deu tempo, como o MV Bill e o Ice Blue, e tem muita gente que acabou ficando de fora porque não tinha como colocar. Queríamos ter chamado muito mais gente. Todo mundo que gravou se envolveu muito, gostou, ficou a fim de fazer. E tem caras aí que quem conhece rap comenta "Pô, não acredito que vocês gravaram com o Kurup"', que é do Tha Dogg Pound e é super respeitado lá fora. Ele ouviu as músicas do NX Zero, gostou, curtiu a ideia e quis gravar.
DW: O que eu acho que foi muito doido desse lance de misturar a galera foi que o principal do disco, para mim, é o papo. Cada um trouxe o seu mundo, o Emicida trouxe o mundo dele, o Marcelo D2 trouxe o dele. Isso vai ser legal para atrair uma galera que, talvez, nunca tenha ouvido falar do NX.
DF: A gente escuta tanto rap gringo nas rádios, e é muito difícil ter rap nacional tocando. É muito legal os caras mostrarem para outro público o som deles e a gente, também, mostrar para o público deles. Todo mundo curtiu. A experiência que a gente teve com esse disco foi para a vida inteira, foi um crescimento como músico.
Vocês irão lançar um documentário que será feito a partir dos bastidores das gravações. Já sabem quando ele ficará pronto? Ele pode fazer parte da comemoração de dez anos da banda, em 2011?
DW: A comemoração de dez anos talvez seja com um DVD ao vivo, que a gente não fez ainda.
GR: Provavelmente em junho a gente deve gravar esse ao vivo. Na verdade, documentário do Projeto Paralelo não era para ser um documentário. Mas a gente acabou filmando todo mundo e ficou tão bom, ficou lindo. Já tem 1h20 de imagens e dez webclipes. Para esses webclipes, estamos filmando com alguns rappers, como o Kamau, e estamos tentando filmar todo mundo para poder juntar e fazer os dez. Acho que até janeiro ou fevereiro [deve ficar tudo pronto]. Não deve passar disso. Se passar, eu estou frito.