RENE SHIGUETO PASSA POR 12 PAÍSES EM “VOLTA AO MUNDO” COM SKATE FREESTYLE
Rene shigueto gasta um minuto e meio listando o nome das cidades em que esteve durante os últimos meses, em uma viagem em busca de diferentes países para andar de skate. “A minha proposta era dar uma volta ao mundo mesmo”, conta o skatista, que foi de locais tradicionais para a prática do esporte, como a Califórnia, nos Estados Unidos, até destinos mais inusitados. “Na Capadócia foi difícil. Não dava para desenvolver, tinha muita caverna, chão de terra”, ele recorda. A região histórica turca, entretanto, foi uma das preferidas no roteiro do atleta, ao lado de Quioto, no Japão, e da Baía de Ha Long, no Vietnã.
A jornada do paulistano pelo globo começou por Los Angeles, passou pela Ásia e seguiu para a Europa, em um total de 12 países visitados entre fevereiro e setembro deste ano. “Em algumas cidades, acabei nem usando o skate”, Shigueto revela. “No Myanmar, por exemplo, conheci a história dos templos e respeitei as tradições, não quis ficar andando.”
“Meu intuito era conhecer o local, além dos principais picos de skate. Em alguns, acabei me surpreendendo”, continua o skatista. “Na Tailândia, no Vietnã e na Croácia, eu achava que não iria ter muita coisa – e tinha. Em Ibiza, andamos em cima de um telhado de acrílico, o que rendeu fotografias muito boas.” Praticante do freestyle, Shigueto também se lembra de quando foi impedido de andar. “Tive problema em todos os países”, diz, aos risos. “Los Angeles é a Meca do skate, mas o guarda chega em cinco minutos ou menos [pedindo para parar]. Na Tailândia foi engraçado, os guardas falavam que não podia andar, mas abordavam a gente rindo. As pessoas me diziam: ‘É só dar uma cerveja que eles acabam deixando’.”
Em tempos de dólar em crescente disparada, os gastos de uma viagem como essa – a maior da carreira de Shigueto, que costuma ir ao exterior para andar de skate desde 1999 – poderiam ser exorbitantes. Mas ele não precisou usar a verba dos patrocinadores para hospedagem. O esportista explica que a ideia do projeto só foi possível graças aos contatos que fez ao longo dos anos. “Na maioria dos lugares eu tinha amigos”, conta. “Consegui ficar na casa deles, e eles podem ficar na minha. É a cultura do skate: um sempre ajuda o outro.”