Entreter milhares de pessoas ficou mais fácil com a evolução tecnológica dos sistemas de som
Quando o Phish começou a tocar em estádios, em meados dos anos 90, o quarteto nunca sabia ao certo se sua intensa improvisação soaria, como o líder Trey Anastasio diz, "como uma Dixieland elétrica, com todos nós fazendo solos de uma só vez". Essa dúvida não existe mais. "Ficou mil vezes melhor nos últimos anos", afirma Anastasio. "Precisamos de clareza nos instrumentos, e os progressos na tecnologia foram enormes." O baixo abafado e os vocais distantes que atrapalhavam os shows ficaram no passado. "Há cinco anos, não teríamos tentado o que conseguimos na 360º Tour, diz Joe O'Herlihy, diretor de áudio das apresentações do U2. "Existem coisas disponíveis hoje em dia com as quais nós só podíamos sonhar há alguns anos."
O planejamento para a 360º começou um ano antes da estreia, quando O'Herlihy usou um software de mapeamento acústico de áudio - que mostra aonde e com que velocidade o som viaja dentro de um lugar - com pré-configurações para cada estádio da turnê. "Com o mapeamento de áudio", ele diz, "podemos medir a distância de onde o Bono está até a cadeira mais ao fundo e determinar a pressão de som necessária para fazer com que ele chegue até lá".
Devido ao tamanho dos shows do U2, a banda utiliza o chamado "atraso progressivo" - método em que pilhas de alto-falantes são alinhadas, para compensar pela absorção de frequências pelo ar, e agrupadas progressivamente em volta do público - para que a guitarra de The Edge chegue a cada pessoa da plateia ao mesmo tempo. Alguns locais de shows - como o Dodge Theatre, em Phoenix, e o Gibson Amphitheatre, em Los Angeles - basicamente se tornaram enormes estúdios, com paredes especiais acusticamente planas e tratamentos de absorção de som. "Nosso baixista, Mike [Gordon], faz verdadeiros solos no baixo. Mas os detalhes de seu estilo costumavam se perder no som ao vivo", conta Anastasio. "Ele está muito mais feliz agora."