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O Olho do Trovão

Fotógrafo que acompanhou o Led Zeppelin dentro e fora do palco, Neal Preston relembra os momentos que só ele flagrou

Paulo Cavalcanti Publicado em 09/05/2013, às 15h13 - Atualizado em 15/01/2015, às 20h12

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<b>Bombásticos</b> O Led Zeppelin dá sentido ao termo “rock and roll” na turnê norteamericana de 1975 - Neal Preston
<b>Bombásticos</b> O Led Zeppelin dá sentido ao termo “rock and roll” na turnê norteamericana de 1975 - Neal Preston

O nova-iorquino Neal Preston tem um currículo extenso. Ele já trabalhou com os maiores astros do rock, foi o fotógrafo oficial do Live Aid e atuou nos principais eventos esportivos dos últimos tempos. Mas historicamente, ele tem o nome ligado a uma banda em particular: o Led Zeppelin. Em 1970, ele clicou a banda pela primeira vez; anos depois, se tornaria o fotógrafo oficial das turnês do quarteto inglês, permanecendo na posição até o final da banda, em 1980.

As imagens de Preston se tornaram icônicas e ele publicou vários livros. Agora, o vasto material dele está sendo disponibilizado no e-book Sound and Fury, que já pode ser adquirido via iTunes. O livro digital tem mais de 100 fotos nunca antes vistas, além de textos e farto material em vídeo e áudio exclusivo. É um projeto realizado em conjunto com a Warner, que detém o catálogo da banda. “Temos que acompanhar a evolução tecnológica”, Preston explica. “O bom do livro digital é que o conteúdo é ilimitado. Ele também vai poder ser atualizado constantemente.”

Preston relembra com bom humor a elaboração do projeto: “Foi um pé no saco”, diz, rindo. “Mas eu tive a ajuda de um amigo de Nova York que me ajudou a mexer nos arquivos, separar as fotos e digitalizá-las. Ele ajudou no trabalho de pesquisa; eu mesmo não sabia de cabeça onde e quando certas fotos foram tiradas.”

Como fotógrafo, Preston pode ser considerar um privilegiado. Ele teve acesso total ao Led Zeppelin graças à boa vontade do poderoso empresário do quarteto, Peter Grant. “Ele era um cara gigantesco e não deixava ninguém chegar perto deles”, lembra. “Mas gostou de mim e permitiu que eu tivesse liberdade. Minha função era ser ‘invisível’ enquanto trabalhava. Claro, existia o bom senso – eu não iria fotografar os caras no banheiro e coisas assim.”

As histórias envolvendo o Led Zeppelin com orgias, drogas e bebedeiras são lendárias. Sobre elas, Preston, que estava no meio do furacão, é ambíguo: “Existem mentiras, verdades e coisas que são um pouco de tudo. Mas todo esse papo de grandes orgias no Starship [avião de propriedade da banda], com 20 garotas nuas, montanhas de cocaína, é puro exagero. O avião era algo funcional, que nos levava de um lugar para o outro com rapidez. Funcionava mais como um escritório, um local também onde a banda efetivamente podia dormir”.

Aos 61 anos e ainda em plena atividade, Preston reflete sobre os velhos tempos. “Eu era jovem e entusiasmado, não sabia que faria história. Não posso me queixar. Trabalhar com o Led Zeppelin é o tipo de emprego dos sonhos. Mas hoje olho para as antigas fotos e penso: ‘Uau, como eu consegui fazer tudo aquilo?’”