Pedagogo coordena projeto de aulas de bateria para portadores de deficiências
Sob as premissas de que a educação é emancipadora e de que o fortalecimento do fluxo de conhecimento é fundamental para a construção de indivíduos mais livres, o pedagogo Paul Lafontaine idealizou o projeto Alma de Batera. A iniciativa ensina bateria a jovens portadores de síndrome de Down, autismo e outras deficiências. Lafontaine coordena o Alma desde 2008 e acredita que a linguagem musicalinspode ser uma ótima oportunidade de desenvolvimento para quem a pratica.
“É uma discussão sobre o protagonismo deles. A música, além de desenvolver muitas capacidades, é um instrumento de afirmação”, explica Lafontaine. “Pessoas com deficiências têm de lidar com uma constante posição de dependência. Meu trabalho é ligado à ruptura disso. Na bateria, eles mandam.”
O projeto foi construído lentamente, exigindo do criador uma mudança de rumo na própria vida. “Eu tocava na noite de São Paulo umas quatro vezes por semana, mas a rotina era exaustiva e o retorno pequeno, aídecidi mudar de área”, conta. “Em 2008, Vitor Lambert, meu professor de bateria, me apresentou aos meus primeiros quatro alunos. No fim daquele ano, já ensinava nove jovens portadores de deficiência. Foi quando entendi que essa era uma possibilidade real.”
cerca de 30 participantes, e, ao longo de dois anos, o Alma de Batera proporcionou aos estudantes a possibilidade de conhecer grandes bateristas brasileiros,como João Barone, do Paralamas do Sucesso, Paulinho Fonseca, do Jota Quest, e André Jung (ex-Ira!).