Em novo disco, Death Magnetic, Metallica recupera a velocidade perdida
Eis o conselho que o produtor Rick Rubin deu ao Metallica há dois anos, quando a banda parou para compor seu próximo disco: "Disse: 'Imaginem que vocês não são o Metallica'", Rubin lembra. "'Vocês não têm sucessos, precisam de material para uma batalha de bandas. Qual vai ser o som?'"
"Foi a coisa mais óbvia do mundo, que não enxergamos", diz o vocalista e guitarrista James Hetfield. Rubin, amigo e fã de longa data que produz o Metallica pela primeira vez, "deu um foco para o trabalho com aquela afirmação".
Com lançamento marcado para setembro, o novo álbum do Metallica, Death Magnetic, é o sucessor de St. Anger (2003) e o primeiro com o baixista Robert Trujillo, que entrou para a banda em fevereiro daquele ano. Também é uma volta há muito esperada ao som acelerado dos clássicos Ride the Lightning (1984) e Master of Puppets (1986). As dez longas faixas são tempestades de riffs múltiplos com desvios sacolejantes de ritmo, enquanto o guitarrista Kirk Hammett recompensa a ausência de solos em St. Anger com arroubos de wah-wahs dignos de gargalhadas de hienas.
"Rick disse que queria fazer o álbum definitivo do Metallica", diz o baterista Lars Ulrich. "Foi um passo à frente que incorporou elementos do que ele considerou nosso auge criativo. Cada vez que surgia uma bifurcação, dizíamos: 'Em 1985, tería-mos feito assim'." Realmente, o Metallica é outra banda na comparação com aquela que fez terapia de grupo e quase se separou durante a confecção de St. Anger, um clima estranho que foi capturado no documentário Some Kind of Monster.
Você lê esta matéria na íntegra na edição 22 da Rolling Stone Brasil, julho/2008