Em volta solo, Frank Jorge flerta com a Jovem Guarda
Quem ouvir a faixa "Obsessão Anos 60", de Volume 3, novo álbum do gaúcho Frank Jorge, pode pensar que se trata de uma paródia de sua própria obra, sempre pontuada por timbres e sonoridades da década citada. "Nasci nos anos 60, então fi ca difícil romper com os sons dessa época, principalmente a Jovem Guarda", ele explica, justificando sua obsessão.
O álbum, que traz várias músicas com o apelo do movimento que Jorge tanto venera, interrompe um intervalo de cinco anos sem material inédito (o último foi Vida de Verdade, de 2003), tempo em que se dedicou a lecionar no curso de "Formação de Músicos e Produtores de Rock" em uma universidade gaúcha. "Uma coisa que ajudou maleficamente foi a presença de um órgão Hammond no estúdio do [produtor] Rafael Ramos. A idéia inicial era trabalharmos num disco da Graforréia [Xilarmonica, banda notória de Jorge], mas calhou de eu estar no Rio e conseguimos gravar."
Aliás, no que depender das atribuladas carreiras solo e acadêmica do músico, é improvável que o resgate da antiga banda aconteça tão cedo.