Olho do Furacão

Aos 20 anos, a atriz Sophie Turner se divide entre manter o prazer pelo ofício e agradar aos fãs de duas mega produções

Lucas Brêda

Publicado em 31/05/2016, às 15h22 - Atualizado às 15h44
?Sophie na pele de Jean Grey em X-Men: Apocalipse - Alan Markfield
?Sophie na pele de Jean Grey em X-Men: Apocalipse - Alan Markfield

Abril e maio de 2016 têm sido os dois maiores meses da carreira da atriz Sophie Turner. Primeiro, ela está de volta à tela da HBO dando vida a Sansa, uma remanescente da desafortunada família Stark em Game of Thrones. Um mês depois, estreou na gigante franquia X-Men com o filme Apocalipse. “É definitivamente uma época muito animadora para mim, sabe?”, diz ela, sem muita firmeza, ao telefone. Em seguida, emenda uma frase que parece fazer bem mais sentido: “É muito enervante também, porque as duas produções têm fãs muito aficionados – e você tem que estar à altura das expectativas deles”.

“Corresponder às expectativas” e “fãs aficionados” foram duas expressões repetidas pela britânica pelo menos três vezes cada uma durante os quase 20 minutos de conversa. E não é de estranhar: Sophie completou duas décadas de vida no último mês de fevereiro e, ainda que sua página do IMDb não seja das mais recheadas, ela está na premiada Game of Thrones desde 2010. Já acostumada a lidar com a cobrança a cada estreia de temporada da série recordista – já é a sexta da produção –, a atriz agora encara outro tipo de desafio: dar vida a uma personagem dos quadrinhos em um blockbuster.

“As duas [produções] são muito grandes, e acho que X-Men é ainda maior”, comenta ela. “Mas ser grande em Hollywood não é algo que eu tenho como objetivo, sabe? Só escolhi dois papéis que amo e, por acaso, eles são de produções com muitos fãs.” Soando indecisa, ela acrescenta: “Acho que ser famosa não é algo que eu escolheria ser, mas vamos ver.”

Mais do que em um filme de grande orçamento, Sophie está no longa derradeiro da mais recente trilogia dos famosos mutantes da Marvel, dando vida a Jean Grey, a Fênix. Ela assume o lugar da atriz Famke Janssen, que interpretou a personagem em X-Men: O Filme (2000), X-Men 2 (2003), X-Men: O Confronto Final (2006) e X-Men: Dias de um Futuro Esquecido (2014). Sophie faz parte de uma renovação de elenco que vem acontecendo na franquia, encabeçada pela chegada, em 2011, de James McAvoy (assumindo o posto que era de Patrick Stewart como Professor Xavier) e Michael Fassbender (no lugar de Ian McKellen como Magneto).

“Eu tive que trabalhar duro por esse papel”, diz Sophie, contando que fez três testes para conseguir a vaga. “Não é como se eles estivessem me mandando e-mails porque eu tenho cabelo ruivo: ‘Ah, você é ruiva, vai ser a Jean Grey!’” Em Los Angeles, a britânica chegou como “novata” ao set de filmagens, em uma situação descrita como “muito intimidadora”. “Mas eu conheci todo mundo rápido e nós saímos já na primeira noite, fomos a um show do Drake e depois a um bar. E, então, todas as noites nós saíamos para jantar ou fazer outra coisa juntos”, conta.

Além de tudo isso, Sophie teve que encarar um novo tipo de pressão: viver uma personagem já representada previamente nos quadrinhos e nos filmes. “É complicado, porque as pessoas têm noções pré-concebidas de como ela deveria ser fisicamente e de como deveria se portar”, reclama a atriz, que chegou a pedir dicas a Famke e teve ajuda do diretor, Bryan Singer. “Conversei com ele sobre minha preocupação em ter que corresponder às expectativas, e ele disse: ‘Você a conhece, tem o roteiro e sabe como ela deve ser. Fique tranquila’.”

“Não penso em papéis que vão me dar prêmios ou fazer de mim uma atriz respeitada. Por enquanto, parece ser muito mais um hobby”, pondera Sophie, transbordando a juventude atestada pela recorrente insegurança de estar sempre à altura do que esperam dela. Porém, a britânica está crescendo: deixou a casa dos pais para morar sozinha, o que significou também afastar-se da loba Zunni (“intérprete” da Lady, animal de estimação de Sansa no primeiro ano de Game of Thrones que a atriz levou para casa). “Eles não permitem animais onde moro”, lamenta. “Morro de saudade, ela é incrível!”

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