Resistente a rótulos, Hurtmold lança primeiro disco inteiramente instrumental da carreira
Maurício takara tinha 11 anos quando começou a substituir bateristas em bandas de amigos mais velhos. Guilherme Granado, Fernando Cappi, Marcos Gerez e Marinho Cappi começaram na música mais tarde, aos 15, 16 anos. O Hurtmold surgiu em 1998, como uma desculpa de amigos que queriam passar mais tempo juntos. Rogério Martins foi o último a chegar (em 2004). "A gente sempre teve uma relação mais pessoal do que musical. Só que no primeiro ensaio já começou a sair coisa", relembra Takara, hoje com 25 anos.
O Hurtmold pode ser considerado um típico egresso do movimento DIY punk ("faça você mesmo") de São Paulo. A metrópole, aliás, é solo, raiz e fruto do trabalho do grupo, materializado em projetos e colaborações com artistas brasileiros e norte-americanos e no recém-lançado Hurtmold, o quarto álbum da longa carreira do grupo.
"A gente tem sorte de ser próximo de muita gente talentosa, que escreve bem, toca guitarra, canta, que não faz parte do processo artístico em si, mas gosta de apreciar esse tipo de coisa", conta Takara, que no dia anterior tocou com seu projeto solo, M. Takara, no Museu da Imagem e do Som (SP). Na platéia, jovens de vinte e poucos anos, muito parecidos entre si (pelo menos no figurino camisa-xadrez calças e tênis de skatista), vidrados nas variações gráficas e sonoras geradas por projeções computadorizadas.
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