Com idades entre 15 e 18 anos, o Black Tide faz heavy metal anos 80 em 2008
Gabriel Garcia, 15 anos, vocalista e guitarrista-solo do quarteto Black Tide, explica como foi reprovado na 7ª série três vezes - por enquanto. "A escola que se foda", reclama. "Eu era um aluno ruim pra cacete."
O baterista Steven Spence defende o amigo: "É difícil se manter motivado quando você está na 7ª série e já assinou com uma gravadora".
Bufando, Garcia completa: "Tipo, eu me ligava muito mais em maconha".
Os quatro membros, todos nascidos na Flórida, eram os únicos metaleiros latinos da vizinhança - apenas o baixista Zakk Sandler é caucasiano - unidos por um amor mútuo por bandas de metal dos anos 80, como Judas Priest, Iron Maiden e Guns n'Roses. "Em Miami, só se ouve rap e reggaeton", explica Garcia.
Quando começaram a se apresentar ao vivo, em 2004, o Black Tide tinha um repertório de cinco músicas - uma vez, em um show mais longo, tocaram cada uma duas vezes. Apesar de fazerem shows para todas as idades, a sua valentia juvenil atraiu interesse de grandes gravadoras. No ano passado, tocaram no palco principal do OzzFest, e em março o selo Interscope lançou o seu álbum de estréia, Light from Above, que gerou o hit roqueiro "Shockwave". Repleto de solos velocíssimos (como em "Warriors of Time") e refrãos épicos ("Show Me the Way"), o disco apresenta um som pesado, mas harmonioso, que saiu de moda aproximadamente dez minutos após o lançamento do Nevermind do Nirvana, em 1991. Então por que a Interscope assinou com eles? Jeff Sosnow, representante da gravadora e descobridor do Black Tide, explica: "Canções e musicalidade vencem. A princípio fiquei inibido pela idade deles, mas Gabriel é um ótimo compositor".
Você lê esta matéria na íntegra na edição 21 da Rolling Stone Brasil, junho/2008