It: A Coisa, clássico do mestre Stephen King, ganha refilmagem mais fiel ao livro com muito sangue, violência e humor
Seguindo a onda de remakes em Hollywood, a repaginada da vez é It: A Coisa. Para quem não lembra, é sobre o desaparecimento de crianças em uma pequena cidade e um grupo de jovens, o “Clube dos Otários”, que enfrenta o responsável pelo sumiço, o palhaço Pennywise. No livro de 1986 e na minissérie com quatro episódios exibida na TV em 1990 (lançada em home video no Brasil como It: Uma Obra-Prima do Medo), a história é contada misturando os acontecimentos de duas épocas – quando os personagens são crianças e adultos, na faixa dos 40 anos. Mas esta nova versão será diferente. “Desde o início sabíamos que precisaríamos fazer dois filmes para apresentar esses garotos e contar a história direito”, explica o produtor Seth Grahame-Smith, em Los Angeles. “Não poderíamos comprimir tudo.”
Quem interpreta A Coisa, que assume a forma do palhaço Pennywise, é Bill Skarsgård. “É apenas um disfarce da criatura para atrair suas vítimas e usar seus maiores medos para aterrorizá-las”, explica o ator. Para compor o personagem, ele diz que pensou na coisa mais sinistra que poderia: “Grande parte é assustar e comer crianças, que já é a pior coisa possível, mas também demonstrar o quanto gosta de fazer isso enquanto as ridiculariza por terem medo. É muita raiva, ele realmente as detesta”. Skarsgård muda suas feições para as de Pennywise enquanto fala, e é como se o palhaço estivesse na sala.
Depois, foi a vez dos jovens protagonistas comentarem a nova versão de It. Juntar sete moleques para falar com jornalistas ao mesmo tempo poderia não soar como uma boa ideia, mas o resultado foi um bate-papo descontraído – apesar de ser impossível conseguir uma resposta direta, sem uma sequência de piadas internas ou lembrança das filmagens. Um exemplo: no aniversário de Jack Dylan Grazer, a equipe cantou “Parabéns a Você”, mas essa não foi a única comemoração. “Quando voltei para meu trailer, ele estava cheio de balões vermelhos, o que achei legal pra caramba. Mas aí Bill Skarsgård apareceu do nada, caracterizado de Pennywise e seminu. Fiquei com muito medo. Definitivamente foi um momento memorável!”, conta Grazer, de 14 anos, enquanto os amigos caem na gargalhada.
Mais violenta e sanguinolenta, esta versão terá classificação etária mais alta, o que impediria os atores do elenco de a assistirem nos cinemas. Jeremy Ray Taylor, 14, confessou ainda estar pensando se vai ver o filme, porque sente muito medo. “Nas filmagens, ele até falou que talvez não fosse à première”, diz Finn Wolfhard, 14, que explodiu no ano passado com Stranger Things, tirando sarro do colega. “É verdade, fiquei aterrorizado assistindo a algumas cenas. Mas com o passar das filmagens coloquei na cabeça que é tudo falso, então tudo bem”, desconversa Taylor.
O personagem de Jaeden Lieberher é uma espécie de líder do Clube, depois que seu irmão mais novo desaparece. Tranquilo e falando baixo, ele quase passa despercebido. “Quando estamos juntos, não em público ou durante uma entrevista, também sou agitado. E eles ficam mais calmos quando estão comigo”, explica o garoto de 14 anos, que é fã de hip-hop dos anos 1990 e de indie rock.
O filme chega aos cinemas em setembro, 27 anos depois da minissérie, mesmo intervalo que a criatura leva para voltar a aterrorizar a cidade na história. “Estamos nisso há seis anos e gostaria de ser esperto o suficiente para planejar tudo, mas foi apenas uma feliz coincidência. Se estivesse pronto antes, teríamos filmado antes”, explica Grahame-Smith. Se depender do hype do trailer, a parte 2 não deve demorar a sair do papel. Dito isso, não será um spoiler dizer que as crianças não derrotam completamente A Coisa na primeira parte. Bill Skarsgård filosofa sobre o personagem: “A existência de Pennywise se dá no fato de as crianças acreditarem nele, é como se ele vivesse na imaginação delas. Deus pode não existir, mas se você acreditar nele as consequências serão reais”.