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Paixão Alternativa

João Barone relembra a Segunda Guerra em documentário na TV paga

Carlos Sartori Publicado em 22/10/2015, às 18h34 - Atualizado às 18h42

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Ao lado de veterano, Barone (à dir.) revisita cenário do conflito - ARQUIVO PESSOAL
Ao lado de veterano, Barone (à dir.) revisita cenário do conflito - ARQUIVO PESSOAL

O pai do baterista do Paralamas do Sucesso, João Barone, gostava de tocar violão, mas trocou o instrumento por um fuzil para lutar na Segunda Guerra Mundial. João Barone sênior era um dos 25 mil “pracinhas” da Força Expedicionária Brasileira que foram para a guerra. “Esse assunto foi muito presente na minha história familiar”, relembra o músico. “Ele não era um militar. Ele era reservista, foi convocado e teve que ir pra guerra na Itália.” O passado do pai, que não sofreu nenhum arranhão no conflito – “graças a Deus”, vibra Barone –, despertou no filho a paixão pelo tema. “Ele era muito reservado. Nós, os filhos, queríamos saber se ele tinha matado alguém. Se esteve em alguma situação limítrofe entre a vida e a morte. Ele nunca falou, não via glamour na guerra, não agia como um herói de Hollywood”, explica. Esse interesse juvenil se diluiu quando uma banda de rock cruzou o caminho do artista. “Eu gostava de filme de guerra, brincava de soldado como na música do Legião Urbana [risos], mas fui salvo pelos Beatles.” Porém, a identificação permanece e gera agora o terceiro documentário do artista sobre o assunto, baseado no segundo livro dele, 1942 – O Brasil e Sua Guerra Quase Desconhecida. A produção foi dividida em quatro partes, disponíveis on demand no canal Philos. A narrativa é intercalada por depoimentos de ex-combatentes e historiadores. O músico garimpou imagens de arquivo e gravou na Itália, nos mesmos cenários desbravados pelas tropas nacionais. “O Brasil foi a única tropa que conseguiu render uma divisão alemã inteira”, Barone celebra. “Acompanhei o retorno desses pracinhas, já com mais de 90 anos, ao local do conflito, pela primeira vez desde o fim da guerra. Eles foram homenageados pela população local.”