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Paolla Oliveira

Atriz fala sobre assédio e a comédia romântica portuguesa estrelada por ela Alguém Como Eu

André Rodrigues Publicado em 19/04/2018, às 00h20 - Atualizado às 00h21

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Paolla Oliveira - André Nicolou/Divulgação
Paolla Oliveira - André Nicolou/Divulgação

‘‘Toda vez que eu faço uma personagem, eu penso: ‘Qual é a mensagem maior?”’, diz Paolla Oliveira sobre a comédia romântica portuguesa Alguém como Eu, de Leonel Vieira, que estreia este mês no Brasil. A atriz de 35 anos interpreta Helena, uma carioca infeliz que, ao se mudar para Lisboa, encontra o amor na figura do ator Ricardo Pereira. Porém, a perfeição não existe nem mesmo em Portugal e ela pede aos céus que o homem mude certas atitudes e comportamentos. É atendida, mas aí começa a enxergar no parceiro uma mulher, em vez do galã de antes. “E ela percebe que não se apaixonou por aquela pessoa, mas por ele. É uma grande celebração das diferenças. Passa por respeito, igualdade. Somos diferentes e por isso somos incríveis”, afirma. As mensagens de Paolla têm reverberado com frequência e intensidade. Suas últimas personagens na TV – entre elas, uma policial lutadora de MMA e uma prostituta de Brasília – conquistaram o público e viralizaram. Até mesmo os trabalhos que ainda não foram ao ar já ganham repercussão. No último mês, fotos íntimas da atriz no set da minissérie Assédio vazaram na internet. O ato criminoso foi realizado por um integrante da equipe da produção, que trata justamente de abusos cometidos contra mulheres pelo ex-médico Roger Abdelmassih. “As personagens vão se desenhando de uma maneira interessante. Vem uma super-sensual, aí outra que é mais forte fisicamente, e agora a Helena, que tem uma doçura. O filme é para que as pessoas vejam um outro lado da Paolla. Eu me diverti.”

Helena de Alguém como Eu é infeliz no amor, um tanto confusa, e vai buscar conforto em Lisboa. O que você tem em comum com ela?

Toda mulher de alguma maneira está em busca de algo. Acho que todos nós somos assim. Se achar que está tudo perfeito, que já conquistou tudo na vida, você para, estaciona. Mas a Helena troca de cidade, tenta recomeçar. Isso eu tenho. Estou sempre buscando e me procurando. O que eu posso melhorar para conquistar as coisas que eu desejo? Eu peço e mando isso para o universo.

Como essa personagem entra nas atuais discussões sobre a relação entre homens e mulheres?

Acho que a Helena, apesar de estar num filme leve, fala sobre a mulher, a insatisfação, a diferença. Além disso, tem a ver com o feminismo e com o combate a um determinado tipo de homem. É nossa ação diante do que não nos faz bem, nossa ação diante do que queremos que mude.

Qual é o seu posicionamento sobre esses movimentos de combate ao assédio, como o capitaneado pelas atrizes de Hollywood?

Acho que toda movimentação que vem acontecendo é válida. E não é somente em torno do assédio. Todas são válidas e dizem respeito a todos nós. Acho que o Brasil está nisso também. Temos falado a respeito, colocado questões, policiado o meio e o entorno. Creio que o assédio é um campo enorme. O que eu posso falar especificamente sobre o movimento de Hollywood é que quando envolve a área do entretenimento, ele ganha mais visibilidade, de uma maneira ou de outra. Mas assédio é assédio, dentro do entretenimento ou não. Ele tem a mesma importância. Estamos caminhando para que mulheres de todas as áreas possam ter voz, falar, serem atendidas. A discussão diz respeito a todos.

Você disse que gosta muito de cinema e quer fazer mais filmes. O que tem assistido?

Acabei de ver os indicados ao Oscar. Achei Me Chame pelo Seu Nome de uma delicadeza enorme. Na TV, fiquei muito encantada com Feud. E agora estou vendo um documentário sobre a Ingrid Bergman. Essas atrizes eram tão soturnas, grandiosas mas confusas.

E já sofriam com o assédio da imprensa, com as fofocas, muito antes de as redes sociais virtuais existirem.

Exatamente. A internet não inventa nada, né? Tudo isso já existia. Agora é um grande local para ser jogado, às vezes sem nem mesmo ser debatido.

É mais um meio. O problema está na gente.

[Risos] O inferno não são os outros. Não são.