Apanhador Só prepara terceiro disco da carreira com estética “menos dissonante e menos combativa"
Um coqueiro e uma torre eólica. Essas duas imagens, a princípio aleatórias e sem qualquer relação entre si, serviram de inspiração para o próximo disco do Apanhador Só. Conforme relembra o vocalista, Alexandre Kumpinski, o álbum foi gravado ao longo de três meses em uma construção a que ele se refere como “Castelinho”, no Morro da Borrússia (Osório/RS). O local dá vista para um parque de aerogeradores. Há também um coqueiro nos arredores da casa. “A combinação do parque eólico e do coqueiro serviu para moldar a estética do disco”, diz o músico, que diferencia o próximo trabalho em relação ao antecessor, Antes Que Tu Conte Outra (2013), por “uma postura menos combativa e uma sonoridade menos dissonante e ruidosa”. “À noite, ficava uma luz vermelha piscando no topo dos cataventos, o que dava à paisagem uma imagem bem futurista. Acho que o álbum quer passar uma mistura de dois mundos: o lado do coqueiro, que é mais acústico, orgânico e abrasileirado; e o universo das torres eólicas, que traz uma coisa mais eletrônica e sintética.” O trabalho, ainda sem título, deve ser lançado entre junho e julho. Além da temporada em Osório, onde o trio se exilou em “retiro criativo, gravando e compondo sem parar”, Kumpinski ressalta ainda a importância de ter passado três anos na estrada com o grupo, completado por Fernão Agra e Felipe Zancanaro. “Viajar e ter contato com mundos diferentes me desperta para o mistério da vida”, diz Kumpinski. “Isso me traz o entendimento de que as coisas estão conectadas. E essa conexão geral é a tônica do disco. Ela é uma forma de ver o mundo tendo em mente que tudo faz parte de um mesmo processo.”