Cantora Lana Del Rey encanta a internet com músicas sobre amores perdidos e videogames
Desde que começou a compor músicas, aos 17 anos, Lana Del Rey (nome artístico de Elizabeth Grant) faz vídeos caseiros sombrios e os disponibiliza online. Agora, aos 24, gravou dezenas deles, a maioria com imagens que se relacionam à estética dela – parte mulherão de biquinho dos anos 60, parte vadia “tudo ou nada”. Quando fez upload do clipe da incendiária “Video Games”, no semestre passado, não esperava que a canção fizesse sua carreira decolar. “Meus outros vídeos tiveram, tipo, 11 visualizações”, conta Lana, usando uma jaqueta justa de couro preta e um crucifixo brilhante, tomando café em Manhattan, Nova York. “O fato de muitas pessoas assistirem ao meu vídeo simplesmente não era algo que deveria acontecer.”
No entanto, blogs de música curtiram o som e o influente DJ da BBC Radio 1 Fearne Cotton começou a tocar “Video Games”. Em algumas semanas, as visualizações ultrapassaram 1 milhão; no final do verão do hemisfério norte, a cantora conseguiu um contrato com a Interscope e tinha como fãs Jessica Alba e Diplo (este último escreveu no Twitter: “Você canaliza Tupac e Chris Isaak simultaneamente”).
Lana Del Rey, criada no estado de Nova York, começou fazendo pequenos shows como Lizzy Grant em Manhattan e no Brooklyn, depois de se mudar para a cidade para estudar. Quando tinha 20 anos, o produtor David Kahne, que tinha trabalhado com Regina Spektor e Strokes, aceitou produzir o álbum de estreia dela. Quando o trabalho não decolou, ela decidiu deixar a música de lado. “Era como estar apaixonada por alguém que simplesmente não te ama – isso te enlouquece”, ela diz, arregalando os olhos acentuados por cílios postiços. “Parei de cantar e comecei a me concentrar em outros interesses, como a minha educação, a leitura e tive de aceitar empregos que apareciam no [site de classificados] Craigslist.”
Revigorada, resolveu voltar e disse que já escreveu muitas das músicas que devem virar o disco que a Interscope quer lançar no começo de 2012 (ela está trabalhando com alguns produtores de quem gosta, como Jeff Bhasker, colaborador de Kanye West e Alicia Keys). Quanto ao tema das faixas, ela está se atendo à autobiografia. “É a coisa mais fácil escrever sobre amor, porque o conheço bem”, ela diz, batendo os cílios. “E é igualmente fácil falar sobre perda, porque também a conheço bem.”