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Perry Farrell fala da primeira edição sul-americana do Lollapalooza

Por Bruna Veloso

Publicado em 11/05/2011, às 15h22
<b>EMPREENDEDOR</b> Perry Farrell quer espalhar o Lollapalooza pelo mundo - BRUNO FURNARI
<b>EMPREENDEDOR</b> Perry Farrell quer espalhar o Lollapalooza pelo mundo - BRUNO FURNARI

Como vocalista do Jane's Addiction, Perry Farrell tem trabalhado intensamente nos últimos meses na realização de um novo disco, o primeiro desde 2003. Mas o músico, que completa 52 anos neste mês, tem outra frente de labuta: o festival Lollapalooza, criado e organizado por ele há duas décadas. Em 2011, pela primeira vez o evento deixa a América do Norte, ganhando uma edição em Santiago, Chile, em abril.

Como você escolheu o Chile?

Foi uma decisão bem orgânica. Fui até lá para assistir a um show, e amigos me apresentaram ao promoter Sebastian de la Barra. Achei que ele tinha uma ótima noção de como um festival deveria ser. Havia essa lacuna, já que não existem festivais no Chile e, além de uma economia em crescimento, eles têm uma comunidade artística em crescimento.

Quando conversamos em 2009 (relembre aqui), você afirmou que tinha a ideia de trazer o Lollapalooza para o Brasil. Você chegou a tentar desta vez?

Eu ainda adoraria levar o Lollapalooza para o Brasil, mas a diferença é que o Chile não tinha nenhum festival, e vocês têm alguns. É meio que... Uma mulher não precisa de muitos namorados [risos]. Mas pode haver a oportunidade de levar o festival para o Brasil no futuro, eu ainda tenho esperanças.

Como foi feita a escolha dos artistas?

Escolher um line-up, ainda mais um internacional, dá muito trabalho. Não vou dizer que é uma cirurgia cerebral, mas você tem tantos artistas atrativos em um nível global. Por exemplo, neste ano procuramos por artistas que estavam em turnê. Você oferece uma quantia, às vezes eles aceitam, às vezes não. É quase como jogar dados. Há um escritório cheio de agentes fazendo ligações, em três níveis: headliners, médios e novatos. E hoje você volta cada vez mais na história para conseguir clássicos. Felizmente neste ano teremos o Steel Pulse no Chile. Em Chicago, será outro artista.

Há planos de levar o evento para outros países, além do Brasil?

A essa altura, não posso te contar sobre todas as coisas que estamos negociando. Primeiro, porque estamos longe de fechar contratos. Mas eu gostaria de ver o Lollapalooza crescer ao redor do mundo. Obviamente, é um negócio, e é um bom negócio para mim, não vou mentir, mas vejo o conceito de música como uma união maciça, como algo extremamente importante para a população global. Juntar as pessoas para uma experiência de música e arte evolui o ser humano. E acho que o Lollapalooza é uma das respostas. É claro que não é a única, e é um mundo complexo este em que vivemos, mas posso te dizer uma coisa para simplificar minhas palavras: onde se faz guerra não se faz música. E onde se faz música não se faz guerra.

O que, além de união, busca o público em um festival?

Você está ali para uma reunião pacífica, para se sentir bem, e para andar entre outras pessoas e ver, ouvir sons delas, se comunicar com elas pela música. Por meio da música você está dividindo uma conversa intelectual.

O Lollapalooza faz 20 anos em 2011. Vai haver algo especial na edição norte-americana?

Estamos fazendo algo especial, mas não posso divulgar ainda. Mas você pode me ajudar contando às pessoas que estamos buscando fotos e vídeos das edições anteriores, que podem ser enviadas pelo site.